Para mim, o impeachment de Dilma nunca foi uma esperança de redução da corrupção, e sim da incompetência. Temer era a alternativa legal. Era ele ou Dilma e a petista já havia demonstrado à exaustão sua incapacidade gerencial.
A parte do Brasil que não considera a matemática uma invenção burguesa respirou aliviada quando Temer assumiu e deixou clara a situação de descalabro das contas públicas brasileiras. A transparência era necessária e “comprou” alguma credibilidade. Houve então, de minha parte inclusive, uma esperança ingênua de que este grupo político de longo histórico fisiológico, que chafurdou com tanta desenvoltura no mar de lama e corrupção do governo petista, teria algum decoro, tentaria ao menos reduzir o índice de corrupção em que vinha operando, mas velhos hábitos são difíceis de serem vencidos.
Hoje, o governo Temer já acabou. É hora da sociedade civil voltar às ruas para apoiar a Lava-Jato e cobrar do congresso a aprovação das medidas contra a corrupção, a aprovação da PEC 55 (que quase ninguém leu, mas adora atacar), o fim de despesas secretas, dos cartões corporativos pagos “pela viúva”, dos aumentos autoconcedidos etc.. Talvez (e isto é mais torcida que análise) uma manifestação numerosa e organizada ainda consiga influenciar o congresso e nos livrar da falência, apesar do governo moribundo.
Sem ajustes nas contas públicas, sem redução dos gastos do governo, o Brasil verá o desemprego se agravar, a inflação acelerar e governos inadimplentes dando calote em credores e servidores.
Ninguém em seu juízo perfeito dirá que Dilma era uma alternativa melhor. Não era. A corrupção era a mesma e a incompetência maior.
Nossa alternativa é ir para as ruas e pressionar deputados e senadores, sem violência, sem baderna, e com uma agenda clara de equilíbrio, transparência e responsabilidade fiscal.
É isto ou o caos de consequências imprevisíveis.
Artigo de Paulo Falcão
Paulo, é o ajuste fiscal que, como é voltado contra os pobres, irá aumentar todos os problemas. A violência urbana, por exemplo.
Lúcio, isto é mais um desejo seu de ver acirrar-se “as contradições sociais”, condição “necessária” para revolução. Mas repito: o ajuste fiscal é uma forma de evitar a quebra do país e a consequente extinção de programas sociais. É a responsabilidade fiscal que torna os benefícios sustentáveis.
Concordo plenamente quanto ao histórico peemedebista, mas foi a única alternativa constitucional que nos restou, a pressão popular é válida para combater os descaminhos deste governo de transição, mas eu temo que com a desestabilização do mesmo, o país entre numa espiral de instabilidade política, econômica e social e caía numa convulsão de consequências imprevisíveis, a dúvida é cruel, talvez seja a hora de irmos até as últimas consequências, por outro lado o ditado prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém pois o Santo é de barro..”ser ou não ser eis a questão”.
Othon, é por ai. Vamos torcer pela pressão popular e pela imprensa cumprindo seu papel.
Acho temerário dizer que o governo Temer acabou (descupem o trocadilho). É preciso lembrar que ele montou um “dream team” na economia, cujos resultados já aparecem – vide a queda consistente da inflação. O problema é que os petistas levaram o barco para longe demais da praia, e não se consegue voltar em três dias. Recuperar uma economia destroçada vai demorar, mas os caminhos estão traçados e os primeiros passos dados. A questão, e aí concordo com o texto, é que nunca houve esperança ética neste governo. E a realidade vem comprovando o porquê. Só que é preciso levar o país até as eleições de 2018, ou não haverá alternativa.
Os petistas levaram o barco pra longe demais… Kkk… Os peemedebistas por acaso eram de oposição ou também estavam levando o barco junto?! E outra.. No primeiro governo Lulla se esperava que o barco afundasse logo que ele tomasse o leme.. Mas não só não afundou como tudo foi muito bem… Continuou tão bem que foi reeleito, eu sou contra reeleição, podia ter saído e ficado na história, mas continuou, e por sorte ou bom manejo do rumo continuou tudo bem, tão bem, que fez a sucessora, eu não só sou contra reeleição como sou contra a sucessão do mesmo time que já está no poder, prefiro alternância de poder, estamos vendo porque, mas vá lá, petistas e peemedebistas abusaram da boa sorte e estavam lá de novo num terceiro governo que se não foi tão bom quanto os dois governos de lula, não foi lá tão ruim assim quanto pintam, senão ela não teria sido reeleita.. Por pouca margem é verdade, metade já queria partir pra outro rumo mas perdeu por pouca margem.. Pô eu sou contra a reeleição e a sucessão não é à toa… As pessoas tendem a ficar mal acostumadas com o poder… E tendem a ficar presunçosas demais numa certeza de estarem no rumo certo quando na verdade já perderam o rumo… Tarde demais… O barco sofreu um motim e o capitão foi deposto.. Mas a tripulação ainda é a mesma e continuamos sem rumo… E à deriva neste mar de recessão globalizada…
O país chegará em 2018 porque o calendário não vai parar… O problema é que muita gente vai sofrer durante este período….
Victor, Lula fez um bom primeiro mandato porque, na economia, rasgou a cartilha do PT e seguiu os fundamentos do Plano Real. A coisa começou a entornar em 2008 quando entra em campo a “nova matriz econômica”. Os efeitos nocivos foram previstos, mas os resultados não são imediatos. Quem não entende que o PT “levou o barco para longe demais da praia” ainda não entendeu nada. É verdade que o PMDB também tem culpa desta situação, mas lembre-se de que Dilma é incompetente e autoritária e jamais aceitou muitos palpites na gestão do governo. Sempre achou que era suficiente repartir a pilhagem.
Como será que está a respiração do Brasil agora, aliviada?… a lama da corrupção é a mesma lama de 500 anos, dos militares, arena,, PMDB, PSDB e FHC, não começou e nem terminou com o PT, ..mas agora as contas públicas estão ótimas, né…tem gente que quer justificar o GOLPE de qualquer maneira só para aliviar a sua consciência..
há diversos artigos no blog tratando desta sua conversa mole. Este é um deles:
QUAL O PERFIL DE QUEM CHAMA O IMPEACHMENT DE “GOLPE”?