Por Amilton Aquino em seu Facebook em 19 de novembro de 2023.

Ontem vi uma fala de Trump ameaçando deportar estudantes imigrantes esquerdistas radicalizados que pregam abertamente o fim do estado de Israel. Antes dele, Bill e Hillary Clinton e até o Bernie Sanders (de forma menos incisiva, claro) já haviam demonstrado incômodo com as demonstrações cada vez mais radicais de apoio ao Hamas, principalmente em suas universidades. Aos poucos, a velha guarda da esquerda norte-americana vai percebendo o monstro que ajudou a criar.

Na Europa, acontece algo semelhante. Desde a invasão da Rússia à Ucrânia, os europeus não só perceberam o risco que correm diante dos objetivos claramente expansionistas da Rússia, como começam a perceber agora, com a barbárie do Hamas, a ameaça à civilização ocidental que representa a simbiose entre radicais islâmicos e a esquerda mundial. As manifestações inequívocas em apoio a Israel dos três principais líderes europeus em apoio à Israel vão na mesma direção dos líderes norte-americanos.

Além de unir democratas e republicanos nos EUA, direita e esquerda democrática na Europa, o apoio a Israel marca também a separação do joio e do trigo no xadrez mundial, a começar pela descarada ONU, incapaz até hoje de enquadrar o Hamas como grupo terrorista e só nesta semana pedir a soltura dos reféns. De um lado, os simpatizantes do eixo autoritário que se levanta contra as democracias ocidentais, entre os quais Lula representa a mais notória decepção. A boa surpresa é a Índia, que se mostrou “neutra” no caso da Ucrânia (apesar de nos bastidores ajudar a Rússia a driblar as sanções), no caso de Israel pende para o Ocidente.

De resto, o esperado: Coréia do Norte repetindo o Irã, fornecendo também armas à Rússia (muito provavelmente em troca de tecnologia bélica); Maduro se preparando para invadir a Guiana; China se preparando para invadir Taiwan… Enfim, um mundo cada vez mais polarizado, dividido entre democracias e regimes autoritários.

E neste novo cenário (que pode culminar com uma 3ª guerra mundial), a esquerda panfletária vai sendo exposta com toda a sua hipocrisia, preferindo alinhar-se aos mais extremos regimes da atualidade, contrários ao que dizem defender, apenas para se contrapor aos EUA.

Ou seja, a exemplo do Brasil, onde o apoio ao Hamas está restrito a 18% da população (menos até que a fatia do eleitorado petista), a esquerda mundial vai se distanciando cada vez mais da maioria silenciosa da população, menos barulhenta que seus radicais, porém muito mais representativa na hora do voto.

Sim, o pêndulo ideológico começa a migrar novamente para a direita. Uma pena que as opções à direita sejam também populistas, com potencial de pavimentar a volta da esquerda novamente ao poder. E assim caminha a humanidade.