A guerra é a continuação da política por outros meios. É um momento em que a política falha e a solução pacífica de conflitos termina.
O que assistimos na Faixa de Gaza é um exemplo desta falha da política, que nunca conseguiu levar a termo a solução dos Estados Israelense e Palestino com reconhecimento mútuo e paz.
Infelizmente, não existe guerra não cruel. Toda guerra é violenta, suja e trágica. E esta é resultado da ação de grupos radicais religiosos tanto de Israel quanto dos Palestinos (sim, há mais intolerantes envolvidos, mas vamos lançar luzes sobre estes dois e a omissão dos grupos não religiosos).
São grupos cuja fé cultiva não apenas o sonho, mas o objetivo declarado de extermínio do outro. E sempre que a religião fala mais alto do que o estado laico, o resultado é trágico.
Pelo lado de Israel, temos hoje o Sionismo Religioso, fusão de três legendas ultrarradicais que defendem a anexação de assentamentos judeus na Cisjordânia (totalmente ilegal perante a comunidade internacional), a deportação de árabes israelenses considerados “desleais” (qualquer um que eles nomeiem assim) e o controle político do sistema judicial (sonho de todo autocrata).
Infelizmente isto ocorre dentro da democracia israelense e vários desses objetivos já vinham sendo postos em prática por Israel na Cisjordânia há anos. É uma falha evidente da política, uma falha que ocorre dentro da única democracia da região. Uma falha que sem dúvida alimenta o moto perpétuo do ódio mútuo.
Alguns dos principais personagens da intolerância israelense são Ben-Gvir, líder do Força Judaica, que começou a carreira no Kach, movimento radicalmente antiárabe. O Kach acabou sendo qualificado como organização terrorista e banido, mas seus membros seguem ativos.
Temos também o Noam, homofóbico e misógino, que defende o “Israel puro” (religioso ortodoxo) contra o “mundo podre e agonizante fora dele” (toda a sociedade secular). Em essência, defende uma versão judaica da teocracia iraniana.
São dois grupos com forte influência na coligação política Sionismo Religioso, que defende explicitamente a supremacia judaica (se aqui você se lembrou da “supremacia ariana” e do nazismo, eu também).
Mas como tais ideias podem prosperar em uma democracia? Como tais ideias podem ganhar tanta força a ponto de fazer parte do governo atual?
Segundo Toby Greene, professor de política da Universidade Bar-Ilan, em Tel Aviv, “a população não é radical, mas se sente sem opções moderadas que representem seus interesses, como a preservação do território e a identidade judaica”.
Me parece uma explicação bastante insuficiente para quem não vive em Israel, mas certamente a ameaça constante representada pelo Hamas, Jihad Islâmica, Hezbollah e Irmandade Muçulmana alteram a percepção e influenciam diretamente no apoio que recebem os radicais israelenses. Mas uma coisa é certa: se a influência desses grupos não for diluída e controlada, a própria democracia de Israel vai acabar.
Voltemos agora nossas luzes para a Faixa de Gaza. Ali, não existe democracia e o poder é exercido de forma autocrática pelo Hamas, com apoio estratégico da Jihad Islâmica. São ambos grupos terroristas que se vêm investidos de uma missão divina: eliminar Israel, em primeiro lugar, e o resto dos “infiéis” depois que o primeiro objetivo for alcançado (se acha exagero, leia o Estatuto do Hamas).
Foi o Hamas quem deu início à presente guerra com Israel ao invadir seu território no dia 7 de outubro e perpetrar um atentado que matou mais de 1.400 civis (muitos velhos, mulheres e crianças), estuprou diversas mulheres, sequestrou mais de 200 pessoas e disparou milhares de foguetes contra Israel (e dispararam mais de 7.500 foguetes nos dias subsequentes).
Aliás, é importante observar que pouco mais de 7% destes foguetes apresentaram defeito, caíram e atingiram áreas aleatórias da Faixa de Gaza. Isto significa que ao menos 520 foguetes caíram sobre a população de Gaza, sem aviso prévio, sem controle, sem preocupação humanitária.
Assim, é justo perguntar: que percentual dos civis mortos na Faixa de Gaza foram vítimas dos foguetes aleatórios do Hamas e da Jihad islâmica?
Mas sigamos. Para dificultar qualquer ação de Israel contra eles, o Hamas instala suas bases de lançamento e quarteis ao lado ou dentro de escolas, hospitais, mesquitas e conjuntos habitacionais densamente ocupados (além dos famosos túneis), transformando estes pontos em alvos militares legítimos e prováveis.
A estratégia deste grupo terrorista é exatamente causar o maior número de vítimas possível entre a população civil para que possam usar seus corpos ensanguentados como bandeira política contra Israel.
Ismail Haniyeh, um dos líderes do líder do Hamas no exílio disse literalmente em vídeo:
Já o Oficial do Hamas Mousa Abu Marzouk foi além e declarou que os túneis em Gaza “foram construídos para proteger os combatentes do Hamas, não os civis; Proteger os civis de Gaza é responsabilidade da ONU e de Israel”.
E muito antes disso, em 2014, Mosab Hassan Yousef, o filho do fundador do Hamas, deu entrevista à rede americana CNN relatando que o grupo doutrinava ideologicamente as crianças desde os cinco anos de idade:
“O Hamas não se importa com as vidas dos palestinos, ou com as dos israelenses ou americanos. Eles não se importam nem mesmo com as suas próprias. Eles enxergam morrer pela sua ideologia como uma forma de devoção religiosa.”
Uma análise isenta da situação concluirá que não existe possibilidade de paz se os radicais de ambos os lados não forem controlados e desidratados.
Infelizmente isso implica na continuação da guerra na Faixa de Gaza até que o Hamas e seus túneis sejam destruídos.
Me parece que a única alternativa para acabar imediatamente com a Guerra já foi apresentada por Israel: o Hamas libertar todos os reféns e se entregar. Não vai acontecer. O Hamas quer levar ao paroxismo a morte de inocentes na Faixa de Gaza. A narrativa que eles constroem é escrita com este sangue.
Editorial do Estadão em 15/11/2023
Lula e a má-fé da esquerda
Ao chamar de ‘terrorista’ reação israelense ao massacre promovido pelo Hamas, Lula distorceu o cenário da guerra e confirmou ranço ideológico da esquerda primitiva
O presidente Lula da Silva considera que a ofensiva de Israel contra o Hamas é “terrorista”, ao, segundo ele, “não levar em conta que mulheres e crianças não estão em guerra”. Numa só frase, o petista distorceu completamente o cenário da guerra, igualou situações inigualáveis e confirmou sua incapacidade de perceber a complexidade do mundo, prisioneiro que é do ranço ideológico de uma esquerda primitiva.
Não se sabe se o falatório de Lula atende a demandas dos militantes petistas, decerto insatisfeitos com as reinações do Centrão no governo que deveria ser esquerdista, mas isso pouco importa: manda a decência que, na condição de presidente da República, Lula se informe melhor antes de tirar conclusões tão abomináveis, que envergonham o Brasil perante a comunidade internacional.
Lula deveria saber que nenhuma criança palestina estaria morrendo em bombardeios israelenses em Gaza se Israel não tivesse sido covardemente atacado por terroristas do Hamas no dia 7 de outubro passado; Lula deveria saber que o Hamas usa crianças como escudos humanos e hospitais como esconderijos e que esse grupo terrorista nunca se importou que as crianças e os doentes morressem sob bombas israelenses, pois o objetivo é desmoralizar Israel perante a opinião pública mundial; Lula deveria saber, por fim, que a intenção declarada do Hamas é dizimar Israel e os judeus, o que deveria ter ficado suficientemente claro com o ataque de 7 de outubro.
Mas Lula não sabe nada disso ou faz força para não saber – pouco importa, pois o resultado é o mesmo. Há um imperativo imoral no discurso do demiurgo petista: a barbárie é plenamente justificada se for realizada em nome das causas que seu partido e a esquerda defendem.
No caso em questão, o Hamas tem sido tratado por esquerdistas como um grupo heroico de resistência palestina contra o colonialismo israelense. Pouco importa que o Hamas trucide civis inocentes se estes forem israelenses; não é relevante que o projeto do Hamas para a futura Palestina é um Estado islâmico que faria o Irã parecer uma democracia laica; também não interessa se os chefões do Hamas desviaram o dinheiro da bilionária ajuda internacional para Gaza para construir seu arsenal de guerra e para encher os próprios bolsos; e finalmente ninguém dessa esquerda primitiva quer saber se o Hamas pratica terrorismo não só contra Israel, mas também contra os próprios palestinos que o grupo deveria governar, reprimindo mulheres, homossexuais e qualquer forma de dissidência. Tudo o que importa, para Lula e sua seita, é que o Hamas fustiga Israel, considerado como braço do imperialismo americano no Oriente Médio.
Trata-se de um padrão. Esse mesmo Lula, não podemos esquecer, foi o presidente que, em meio à estupefação mundial com a agressão russa contra a Ucrânia, foi capaz de culpar os ucranianos pela guerra. A razão é óbvia: na interpretação lulopetista, os ucranianos estavam se aproximando do Ocidente, razão mais que suficiente para justificar o corretivo russo. Afinal, ninguém que se aproxime do Ocidente merece consideração da esquerda. Perde até o direito de se defender.
Essa indecência só surpreende os estrangeiros que tinham Lula como grande líder mundial. Quem acompanha o petista desde os tempos de sindicalista sabe que ele construiu sua mitologia reduzindo tudo à luta entre trabalhador e patrão – ou entre oprimido e opressor, em escala global. E todos os que Lula considera oprimidos são, claro, moralmente superiores. Nessa chave, o regime cubano pode colocar quantos queira no paredão, pois tudo é feito em nome da necessidade de manter a revolução em curso e enfrentar a opressão americana; do mesmo modo, a Venezuela, uma rematada ditadura, é para Lula um exemplo de democracia, simplesmente porque é o grande bastião antiamericano no continente. Os exemplos podem seguir infinitamente, da Nicarágua do companheiro ditador Ortega, ao Irã do infame Ahmadinejad, que tratou Lula como “grande amigo”.
O “oprimido” da vez é o Hamas, em cuja defesa Lula se empenha com denodo, desprezando cruelmente a dor dos judeus massacrados em Israel – país que, afinal, para muitos esquerdistas, nem deveria existir.
https://www.estadao.com.br/opiniao/lula-e-a-ma-fe-da-esquerda/
Amilton Aquino em seu Facebook, nesse 11 de Novembro, com a clareza de sempre:
·
Frequentemente me deparo com postagens perturbadoras, não só pelo conteúdo, pois a tragédia da guerra dispensa comentários, e sim pelo mundo paralelo alimentado pelas narrativas fáceis, principalmente as de apelo emocional, com as conclusões genéricas de sempre. Neste mundo paralelo, basta todos darem as mãos e cantar “imagine” para parar as guerras e todos os problemas estarão resolvidos. Estarão mesmo?
Em 2006, logo após o Hamas tomar o poder em Gaza, os israelenses chegaram a cogitar invadir a região, acabar com o grupo terrorista e devolver o poder à Autoridade Palestina, com quem anos antes Israel tinha acordado a criação do tão esperado Estado Palestino. Na época Gaza tinha pouco mais da metade da população que tem hoje e o Hamas tinha apenas uma fração do poder bélico que tem hoje. De fato, haveria mortes de civis inocentes, mas nada comparado ao que acontece hoje. Os israelenses não teriam que cercar hospitais transformados em quartéis generais por terroristas; Gaza não estaria agora sendo destruída pelas explosões secundárias das munições do Hamas escondidas nas centenas de quilômetros de túneis em seu subsolo e sua população não estaria sendo usada como escudo. Quantas vidas teriam sido poupadas se Israel tivesse partido pra guerra desde o golpe do Hamas?
Pesou contra a ideia da incursão a repercussão negativa da comunidade internacional, algo que, como vimos agora, viria de qualquer forma, seja Israel atacando primeiro ou reagindo a mais uma investida islâmica como o massacre brutal do dia 07/10, já quase esquecido pela opinião pública diante da máquina de propaganda do Hamas, abraçada pelos grandes veículos de comunicação e pela ONU, que, na figura lamentável do seu presidente, não só continua resistindo a enquadrar o Hamas como o que realmente é (um sanguinário grupo terrorista) como tentou justificar suas ações desumanas.
Aliás, não só ele, como os funcionários da ONU que atuam na região, cujas postagens nas redes sociais comemoraram o massacre do dia 7/10, assim como correspondentes internacionais (inclusive de grandes veículos norte-americanos) que contam com a amizade dos terroristas, um dos quais chegou a ser fotografado recebendo um caloroso abraço do líder do Hamas de Gaza, enquanto outro andou na agrupa da moto de um terrorista com uma granada na mão.
É desses militantes travestidos de jornalistas que pipocam as fotos artisticamente trabalhadas do sofrimento dos civis palestinos reféns do Hamas, amplamente repercutida pela imprensa, que resiste em contestar as informações passadas pelo “Ministério da Saúde” de Gaza, até mesmo quando vídeos mostram “cadáveres” ensacados se mexendo. Aliás, nem se interessam em investigar o palestino que já ficou famoso nas redes por encenar diversos personagens na máquina de propaganda do Hamas.
Enfim, existem várias outras crises humanitárias acontecendo agora ao redor do mundo, uma das quais (e muito maior) no Iêmen, país que declarou guerra à Israel recentemente, onde milhares de pessoas morrem de fome diariamente, sem um milésimo da repercussão da guerra atual, infelizmente necessária, travada por Israel contra os monstros que não fazem outra coisa da vida além de fomentar o ódio e a guerra.
Neste novo cenário, onde as narrativas são contrapostas aos fatos, nem sempre as “interpretações criativas” conseguem seus objetivos. A fake news escabrosa de que o massacre do dia 07/10 teria sido feito também pelo exército israelense (divulgada com estardalhaço por celebridades como Angelina Joli, Letícia Sabatella e José de Abreu) foi mais um tiro que saiu pela culatra, assim como os protestos violentos contra Israel, principalmente nas democracias ocidentais.
Aos poucos, grandes nomes da “New Left” norte-americana, como Bernie Sanders e Hillary Clinton, por exemplo, começam a perceber o monstro que ajudaram a criar nas universidades. Os novos jovens revolucionários que gritam “Palestina do Rio ao mar” não apenas ecoam a propaganda jihadista, eles negam a existência do único e minúsculo estado judeu em meio a 56 nações islâmicas espalhadas pelo mundo. Sem perceber, são usados como peões pelos radicais islâmicos que, paradoxalmente, não os toleram. Aliás, não conseguem nem mesmo perceber o contexto altamente desfavorável às democracias ocidentais frente à ameaça do eixo autocrático representado por Rússia/Iran/China que a a cada ano se fortalece.
Amilton Aquino em seu Facebook
Ao que tudo indica, a guerra não vai escalar. O comunicado recente do Hezbollah praticamente tirando o time de campo (e abandonando o Hamas cercado em Gaza) jogou um balde de água fria nos planos dos terroristas que apostaram tudo numa mobilização mundial do mundo islâmico para destruir Israel. Certamente a marinha norte-americana no mediterrâneo teve um peso decisivo neste serenar de ânimos, mas certamente a posição firme de Israel em não ceder às expectativas dos terroristas foi ainda mais decisiva.
Noto também um pequeno amadurecimento da opinião pública mundial. A mega explosão que praticamente destruiu a região de Jambalaya se tivesse ocorrido antes do episódio do hospital teria potencial de escalar a guerra. Apesar do esforço de parte da imprensa em responsabilizar Israel, ficou claro até mesmo para os defensores do Hamas que a maior parte dos estragos da explosão foi causada pela detonação secundária da munição dos próprios terroristas escondida no subterrâneo do campo de refugiados.
Outro episódio cuja repercussão ficou abaixo do potencial foi o caso das ambulâncias. Segundo os israelenses, os veículos transportavam terroristas do Hamas. Segundo o “Ministério da Saúde” do Hamas, apenas vítimas civis. Claro que também houve vítimas civis. Mas como evitar vítimas civis se o Hamas usa a própria população como escudo? Aliás, como acabar com o quartel general do Hamas propositalmente situado no subsolo deste mesmo hospital? Eis o grande dilema de Israel.
A solução para parar todo este sofrimento já foi oferecida, porém ignorada pelos terroristas: a rendição e a devolução dos reféns. Talvez agora cercados, depois de milhares de mortos, os terroristas mudem de ideia, mas é muito pouco provável. Certamente vão preferir morrer, provocando o maior número de baixas no exército israelense e, claro, dos irmãos muçulmanos que dizem defender. Também não por acaso, dezenas de palestinos foram alvejados tentando fugir pelo corredor aberto pelos israelenses.
Em quem acreditar? Nos israelenses, que abriram o corredor e que lutam contra a opinião pública mundial? Ou nos terroristas orgulhosos da carnificina do dia 07/10 que, curiosamente, continuam contando com a boa vontade da esquerda mundial e da ONU que ainda nem sequer classificou o Hamas como o que realmente é: um grupo terrorista, sem qualquer apreço pelo sofrimento humano?
Apesar de toda esta boa vontade com os radicais islâmicos, nesta semana pesou também na opinião pública a decisão dos iranianos e paquistaneses de deportar milhões de refugiados afegãos de seus territórios. Ou seja, a solidariedade muçulmana parece estar mais voltada ao fomento da guerra contra Israel que realmente no bem estar dos seus irmãos de fé.
E isto vai ficar ainda mais claro na nova tentativa dos EUA de costurar um acordo com lideranças muçulmanas para a formação do Estado palestino que está acontecendo neste momento. Para que tal estado seja viabilizado, primeiro precisa ser viabilizado economicamente, algo que só será possível com a ajuda dos demais países muçulmanos, evitando a dependência de Gaza do fornecimento de energia e água por Israel, além dos milhares de empregos aos palestinos que todos os dias cruzavam a fronteira até o fatídico 07/10.
Por fim, fica cada dia mais claro, nas diversas mega manifestações pró-Palestina na Europa, o grande problema do descompasso de natalidade dos europeus e dos muçulmanos acolhidos nas frequentes guerras da região. Aos poucos, começam a circular na internet vários vídeos de lideranças religiosas muçulmanas que falam abertamente que em poucas décadas eles serão maioria na Europa, cujo objetivo final é a implementação da Sharia também no continente. Como lidar com minorias cada vez mais expressivas e mais radicalizadas? Pois é. Os europeus começam a perceber que o problema não só de Israel. O crescimento mais rápido da população muçulmana em Gaza é notório. Desde o início dos anos 2000 sua população praticamente dobrou. Como tornar viável um estado numa região tão restrita? Sim, este ponto também tem que ser debatido.
Por fim, fica cada dia mais claro também a consolidação do eixo do mal, o grupo de regimes autoritários contra as democracias liberais, onde Rússia e Irã, os dois maiores interessados na guerra atual do Hamas, assumem papel central no fomento de guerras e do terrorismo em todo mundo. E neste novo cenário, o Brasil do PT, infelizmente, já escolheu seu lado.
A jihad Islâmica mostrando ao mundo que não odeia apenas judeus. Pode variar o grau de selvageria mas o modus operandi deles é este, em Darfur (vídeo), no Irã (contra a própria população), no Afeganistão (contra a própria população), na Faixa de Gaza (escudos humanos) ou em qualquer lugar em que tenham poder.
Em Darfur mais de 800 pessoas foram massacrados por milícias jihadistas. Está em curso uma limpeza étnica que transferiu seis milhões de pessoas de suas casas e deixou 10 mil mortos.
O Noblat, o Nassif e demais antissemitas publicam todas as informações do Hamas sobre mortos da Faixa de Gaza, mas silenciam vergonhosamente diante do Hamas atirando na própria população palestina que decide abandonar seu posto de escudo humano.
Caio Blinder
@caioblinder
O número de civis em Gaza indo de norte para o sul aumentou drasticamente nessa quarta feira, são milhares acatando o chamado dos militares israelenses. Sim, eles escapam
dos bombardeios e são protegidos por soldados israelenses dos franco atiradores do Hamas, o terror raiz.
PARA A ESCRITORA DORA HORN, AS PESSOAS SÓ GOSTAM DE JUDEUS MORTOS.
Gostamos de obras sobre o Holocausto desde que tenham uma mensagem “positiva”.
Por João Pereira Coutinho na Folha de S.Paulo.
Da última vez que estive em Amsterdã, tentei visitar a casa-museu de Anne Frank. Não consegui. Os bilhetes estavam esgotados para os próximos meses. Leu bem, leitor. Meses.
Segundo parece, o último refúgio da adolescente judia recebe mais de 1 milhão de visitantes todos os anos. A culpa é do diário, que já vendeu dezenas de milhões de exemplares em todo mundo.
Mas a escritora Dara Horn, no seu perturbante “People Love Dead Jews” (“as pessoas amam judeus mortos”), conta uma história exemplar: anos atrás, um funcionário do museu tentou usar o seu quipá no trabalho.
A direção foi contra e recomendou que ele usasse o adereço debaixo de um boné de beisebol. Por uma questão de “neutralidade”.
Tem a sua piada: os guardiões da memória de Anne Frank ordenando a um judeu que voltasse a esconder o seu judaísmo.
Provavelmente, alguém não gostou da piada e, após quatro meses de debate interno, o uso do quipá foi permitido.
São episódios como esse que levam Dara Horn a formular a sua hipótese: as pessoas gostam de judeus, sim, mas apenas se eles já estiverem mortos.
Aliás, para testar a sua hipótese, a escritora pede-nos para imaginarmos uma Anne Frank que, milagrosamente, sobrevivera ao Holocausto.
E que, em plena velhice, estaria disposta a partilhar com o mundo as suas experiências em Auschwitz ou Bergen-Belsen. Haveria quem a escutasse, sem dúvida.
Mas 1 milhão de pessoas todos os anos? Bilhetes esgotados durante meses?
O fascínio com Anne Frank explica-se pelo seu precoce desaparecimento. Mas também pela mensagem “inspiradora” que ela deixou no seu diário: a crença de que a humanidade é essencialmente boa, apesar de ter sido essencialmente má para com ela.
Por outras palavras: gostamos de Anne Frank, acusa Dara Horn, porque ela nos absolve de qualquer responsabilidade.
O mesmo acontece com Elie Wiesel: antes de publicar “A Noite”, essa meditação teológica sobre o silêncio e o abandono de Deus ante a tragédia do Holocausto, Wiesel tinha já publicado uma primeira versão da obra em ídiche.
Em “E o Mundo Ficou em Silêncio”, a responsabilidade pelos crimes era atribuída a entidades mais terrenas, como os vizinhos, os colaboradores, os nazistas. Enfim, eu e você. O sucesso só aconteceu com “A Noite”.
No fundo, gostamos de obras sobre o Holocausto, desde que elas tenham uma mensagem “positiva”. Essa é a razão, acrescento eu, pela qual as massas adoraram “A Vida É Bela”, de Roberto Benigni, e não “Filho de Saul”, a obra-prima de László Nemes.
Claro que a hipótese de Dara Horn –as pessoas só gostam de judeus mortos e bondosos– também conhece suas exceções. Os judeus podem estar vivos, desde que sejam gênios, admite ela.
Que o diga o jornalista Varian Fry, que em 1940 e 1941 partiu para Marselha com o fino propósito de salvar a “civilização europeia”. Como? Ajudando na fuga de centenas de escritores, artistas ou cientistas perseguidos pelos nazistas.
De Hanna Arendt a Marcel Duchamp, de Max Ernst a Claude Lévi-Strauss, de André Breton a Marc Chagall, a lista é longa.
Mas não será também uma forma elitista de eugenia intelectual? Salvemos os gênios, deixemos os outros para trás?
A pergunta acabaria por perseguir Varian Fry até o fim dos seus dias.
Ler Dara Horn seria sempre uma experiência perturbante. Mas ela é especialmente perturbante quando a Europa volta a mergulhar no ódio antissemita com uma fúria assustadora: estrelas de Davi pichadas nos prédios, ataques a lojas, agressões a judeus na rua, uma mulher esfaqueada em Lyon e a suástica pintada na porta de sua casa.
Dizem que o motivo é a guerra em curso entre Israel e o Hamas. Motivo ou pretexto?
Obviamente, pretexto: o antissemitismo começou logo a borbulhar com as primeiras notícias dos massacres… em Israel.
George Orwell explica essa dissonância cognitiva muito bem. Em 1945, quando os ingleses viram as primeiras imagens do Holocausto, Orwell lembrava uma simpática dona de casa que reagiu assim: “Por favor, não me mostre essas fotos, elas só me fazem odiar os judeus ainda mais”.
Os ataques em curso não são contra “sionistas”, votantes de Netanyahu, fanáticos religiosos que apoiam os assentamentos ilegais ou genocidas antipalestinos. São ataques contra judeus só pelo fato de serem judeus.
Mas não há que desesperar: se a escalada antissemita continuar rumo ao impensável, tenho a certeza de que um dia estaremos visitando as casas agora atacadas. Os proprietários só precisam de nos deixar mensagens “positivas” e “inspiradoras” sobre a beleza da bondade humana.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2023/11/para-a-escritora-dara-horn-as-pessoas-so-gostam-de-judeus-mortos.shtml
A visão do Pondé confirma o que venho dizendo aqui.
Palestina livre do rio ao mar.
Imagem histórica hoje, em Berlim.
Do rio ao mar significa do Rio Jordão ao Mar Mediterrâneo. Em outras palavras, você defende varrer Israel do mapa.
Me explique, como alguém que defende isso pode reclamar dos bombardeios de Israel à Faixa de Gaza?
Quem poderia imaginar isso, não?
Oliver Stuenkel 🇧🇷
@OliverStuenkel
·
Hamas colocou combatentes feridos em listas de partida de Gaza, afirma New York Times
Funcionário do governo dos EUA afirma que tentativa de retirada de terroristas atrasou negociação
https://x.com/OliverStuenkel/status/1720805907968188488?s=20
Se a tua família estivesse em Gaza, vc teria, ainda assim, está opinião ?
Não precisa ser minha família para que haja empatia. Mas faço uma pergunta não retórica: como se enfrenta um inimigo que pensa da maneira abaixo?
Ismail Haniyeh, um dos líderes do líder do Hamas no exílio disse literalmente em vídeo:
“Eu já disse antes e repito agora: o sangue das mulheres, das crianças, dos idosos — eu não estou dizendo que esse sangue está pedindo pela ajuda de vocês. Somos nós que precisamos desse sangue, para que ele desperte o espírito revolucionário entre nós. Para que ele desperte em nós a determinação. Para que desperte em nós o espírito de desafio e nos empurre para seguir em frente”
Já o Oficial do Hamas Mousa Abu Marzouk foi além e declarou que os túneis em Gaza “foram construídos para proteger os combatentes do Hamas, não os civis; Proteger os civis de Gaza é responsabilidade da ONU e de Israel”.
E muito antes disso, em 2014, Mosab Hassan Yousef, o filho do fundador do Hamas, deu entrevista à rede americana CNN relatando que o grupo doutrinava ideologicamente as crianças desde os cinco anos de idade:
“O Hamas não se importa com as vidas dos palestinos, ou com as dos israelenses ou americanos. Eles não se importam nem mesmo com as suas próprias. Eles enxergam morrer pela sua ideologia como uma forma de devoção religiosa.”
AS DUAS PREOCUPAÇÕES DOS EUA EM RELAÇÃO A ISRAEL E O HAMAS
Lideranças republicanas podem comprometer auxílio a Israel e à Ucrânia em momento crítico para os dois países
Por Thomas Friedman no Estadão
03/11/2023
Quando nos afastamos o suficiente, podemos ver exatamente quais são as forças que movem a geopolítica atual: a Ucrânia está tentando se juntar ao Ocidente. Israel está tentando se juntar a um novo Oriente Médio. E Rússia e Irã se uniram para tentar impedir ambos.
Infelizmente, o novo líder da maioria da Câmara dos Estados Unidos, o republicano Mike Johnson, é inexperiente demais ou refém demais da ideologia (ou ambas as coisas) para enxergar isso (ou se importar). Ele está pressionando pela aprovação de um orçamento que ajudaria Israel a se defender melhor, mas privaria a Ucrânia de uma fatia essencial do auxílio econômico e militar americano, tão necessário para reverter o avanço da Rússia.
Ele condicionou até os US$ 14,3 bilhões que o governo deseja enviar a Israel à aprovação do presidente Biden de uma proposta para desviar a mesma quantia de fundos destinados à Receita Federal (IRS) para fiscalizar melhor os sonegadores (atenção, lobby israelense: não aceite esse jogo. Da próxima vez, o auxílio a Israel estará ligado a posições extremas dos republicanos em relação ao aborto ou às armas).
É muita sorte Johnson não ter sido o líder da maioria durante a 2.ª Guerra; talvez ele e seus míopes seguidores aprovassem recursos para guerra contra os alemães na Europa, mas não contra os japoneses no Pacífico. Ou talvez aprovassem um acordo de lend-lease com os aliados, desde que o presidente Franklin Roosevelt eliminasse de vez o IRS. Mais armas, mais manteiga, nenhum imposto e duas frentes.
Isso parece uma visão de mundo absolutamente incoerente, que enfraqueceria a liderança americana que definiu os contornos do mundo no qual prosperamos nos cem anos mais recentes, e é. Parece que as lideranças republicanas na Câmara são pensadores pequenos em um jogo maior, e são mesmo. São vergonhosos, sem-vergonha e perigosos. Façam um favor aos Estados Unidos e procurem emprego na Fox News como comentaristas de algum outro assunto.
Porque estamos em um momento de grande importância, comparável a 1945 ou 1989.
Se a Ucrânia conseguir escapar das garras da Rússia e finalmente for aceita na Otan e na União Europeia, com seu formidável exército, suas exportações agrícolas e capacidade tecnológica, isso reforçaria muito uma Europa inteira e livre. E se for possível manobrar Israel de volta à mesa de negociação para tratar de uma solução de dois Estados com a Autoridade Palestina, abrindo o caminho para a normalização das relações entre o Estado judaico e a Arábia Saudita, isso reforçaria muito um Oriente Médio novo e mais plural, desenvolvido em torno dos palestinos, dos demais árabes e dos israelenses, com foco no fortalecimento da resiliência de seus povos diante do futuro, e não na sua resistência um ao outro e ao Ocidente.
Se essas mudanças sísmicas puderem ocorrer, o mundo pós-Guerra Fria terá uma chance muito melhor de enfrentar outros desafios globais, como a mudança climática, do que se essas mudanças forem sufocadas.
Mas não é necessário falar árabe, hebraico, persa, russo ou ucraniano para entender que o Hamas, apoiado pelo Irã, lançou sua guerra para deter a normalização entre sauditas e israelenses, evitando o isolamento de Teerã, e que Vladimir Putin lançou sua guerra para impedir a Ucrânia de expandir uma Europa inteira e livre, evitando o isolamento de Moscou.
A Rússia de Putin e o Irã do líder supremo aiatolá Ali Khamenei têm muito em comum, de acordo com Leon Aron, especialista em Rússia e autor de “Riding the Tiger: Vladimir Putin’s Russia and the Uses of War” [Montando o tigre: a Rússia de Putin e os usos da guerra]. “Os dois líderes nada têm a oferecer ao seu povo além de guerras quase santas, que os ajudam a se manter no poder conservando seus países em guerra ou em pé de guerra”, disse.
E ambos os líderes estão investindo contra outros países cujas aspirações são a antítese da identidade central e tóxica dos regimes russo e iraniano. “A Ucrânia prova que pode haver um país eslavo e ortodoxo, muito próximo da Rússia do ponto de vista étnico, que seja livre, democrático e próspero, com uma orientação política e econômica ocidental, sem precisar de um estado de guerra com o Ocidente nem de um estado policial, como o Belarus, e nem de uma ditadura militar, como a Rússia”, disse Aron.
Enquanto isso, a normalização das relações entre o estado judaico e a Arábia Saudita, berço do Islã, provavelmente abriria caminho para a normalização entre Israel e o país muçulmano mais populoso do mundo, a Indonésia, bem como a Malásia e, quem sabe mais tarde, o Paquistão. Isso provaria que judeus e muçulmanos não estão destinados a viver eternamente em conflito e pode reavivar a relações nem sempre harmônicas, mas frequentemente harmônicas, que suas comunidades mantiveram durante boa parte da sua história antes do conflito palestino.
Como apontei, nada teria isolado mais o Irã.
E o Hamas sabia que, se Israel conseguisse uma normalização das relações com a Arábia Saudita em termos que satisfizessem a Autoridade Palestina, mais moderada, na Cisjordânia, trazendo vantagens financeiras significativas e mais legitimidade, o modelo de resistência eterna do Hamas em Gaza ficaria totalmente isolado. Assim, o Hamas lançou esta guerra sabendo que ela traria morte e destruição não somente para muitos israelenses, mas também a um número muito maior dos seus próprios civis inocentes. Revoltante. O Irã também sabia disso.
Tudo isso criou uma imensa oportunidade para Putin. Ele recebeu uma delegação do Hamas em Moscou na semana passada, e já está expandindo suas relações com o Irã; o país fornece a Putin drones e mísseis para matar ucranianos, em troca de tecnologia cibernética, aeronaves avançadas e, possivelmente, equipamento antiaéreo para Teerã. Para Putin, é uma vitória tripla. Ao ajudar o Irã a fomentar uma guerra entre Israel e os representantes iranianos no Oriente Médio, Putin sabe que está obrigando os EUA a enviar mais peças sobressalentes, mísseis Patriot e munição para a artilharia de 155mm para Israel em detrimento da Ucrânia. E se o fluxo de armas para Kiev for subsequentemente interrompido por Johnson e pelos parlamentares republicanos, tudo que Putin terá de fazer é contar os dias até Donald Trump ser reeleito e a Ucrânia ser sua, ou ao menos é o que ele supõe. Além disso, essa instabilidade toda faz subir o preço do petróleo.
Enquanto os republicanos jogam um perigoso jogo com o auxílio econômico e militar, há duas preocupações que os militares americanos dizem ter na cabeça: eles acreditam que os israelenses querem tomar a Cidade de Gaza, onde fica o núcleo da infraestrutura militar e dos homens do Hamas, e em seguida usá-la como base para ataques mais táticos contra a liderança do Hamas e seus lança-foguetes no restante de Gaza, sem ocupar a região. Mas o avanço militar israelense já está encontrando um desafio comum no combate urbano: fica-se preso em um beco e, em resposta, chama-se o poderio aéreo para mandar o inimigo pelos ares, juntamente com tudo que houver ao redor, o que leva a significativas baixas entre os civis. Os EUA não podem ignorar nem defender essa estratégia por muito mais tempo, dizem autoridades do governo americano.
Em segundo lugar, os EUA enxergam um imenso buraco no coração da estratégia de Israel: quem governará em Gaza quando e se o Hamas for expulso? A única possibilidade provável é a Autoridade Palestina, em Ramallah, na Cisjordânia. Mas essas lideranças palestinas só poderão assumir esse papel se Israel permitir que suas capacidades cresçam, desde que consigam governar, e se Israel for visto como defendendo uma solução de dois estados. Mas o atual governo de Benjamin Netanyahu se dedica à anexação da Cisjordânia.
Assim, parece que o exército de Israel está reocupando Gaza para posteriormente entregá-la a algum tipo de Autoridade Palestina legítima, enquanto os políticos e colonos israelenses de extrema-direita fazem hora extra para deslegitimar essa autoridade e expulsar os palestinos da Cisjordânia. É uma contradição estratégica. O que Israel precisa é de um processo de paz com a Autoridade Palestina em meio ao conflito.
A verdade inescapável é a seguinte: Israel não pode sair de Gaza e conservar o apoio ocidental sem um parceiro palestino capaz de governar o local com credibilidade, e a Ucrânia não pode manter o apoio ocidental a não ser que produza algum avanço substancial contra o exército de Putin no inverno que se aproxima, ou que decida que isso é impossível e aceite algum tipo de acordo sujo. Nesse caso, alguma concessão territorial a Putin em troca da garantia da proteção da Otan e uma porta para a União Europeia. Nenhuma liderança ocidental está pronta para dizer isso a Kiev, mas todos sabem disso e acreditam nisso: o apoio do Ocidente à Ucrânia não sustentará uma interminável guerra de atrito.
É por isso que hoje os EUA precisam ajudar Israel e Ucrânia a resistir ao eixo Rússia-Irã em seus teatros locais. Mas, no dia seguinte às suas guerras, Israel e Ucrânia terão de enfrentar algumas escolhas muito difíceis. Afinal, se estamos oferecendo grandes cheques a eles, não se trata de cheques em branco. Eles terão data de validade e exigirão algumas decisões políticas dolorosas em breve, como deveria ser. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL
https://www.estadao.com.br/internacional/preocupacoes-militares-americanos-israel-hamas/
Leandro Ruschel
@leandroruschel
Pela primeira vez, desde que a guerra em Israel foi iniciada por um ataque terrorista covarde do Hamas, vejo evidência de um palestino apontando o dedo para quem de fato é responsável por tudo isso.
“A culpa é dos cães do Hamas”, disse uma senhora palestina, em sofrimento diante de pessoas mortas sob os escombros. Rapidamente, ela teve a boca tapada pela mão de uma pessoa ao seu lado, talvez por discordância com o que ela falou, talvez temendo a retaliação que ela sofreria dos terroristas.
A verdade é essa: os terroristas usam a população de Gaza como bucha de canhão. Instalam suas bases em áreas densamente povoadas, para evitar ataques israelenses, e para poder culpar Israel pela morte de civis.
Além disso, suprimentos enviados aos civis são desviados para suas operações terroristas. Um integrante do grupo afirmou que eles têm combustível, água e alimento armazenados para 4 meses. Eles tem roubado gasolina e comida enviados para hospitais e campos de refugiados. Chegaram ao ponto de destruir um novo sistema de encanamento de água para produzir foguetes com os canos.
Na semana passada, um líder do Hamas respondeu a um jornalista árabe, que perguntou por que o grupo não abria seus túneis à população se proteger contra bombardeios, dizendo que os túneis eram de uso exclusivo dos terroristas.
Quando Israel ordenou a evacuação do setor norte de Gaza, milícias do Hamas dinamitaram estradas e chegaram a atirar em civis que buscavam sair do local, exigindo que eles ficassem, expondo as pessoas aos bombardeios.
O Hamas instalou em Gaza uma ditadura obscurantista, que segue a Sharia, a lei islâmica que prevê a pena de morte a homossexuais, e o tratamento de mulheres como cidadãs de segunda classe, para ficar apenas em dois exemplos. Não há liberdade de expressão, não há representação popular, não há imprensa livre. A oposição é tratada a tiros.
Quem defende o Hamas, está defendo não só o terrorismo, mas o pior tipo de totalitarismo, contra a única democracia existente no Oriente Médio.
Desculpe a intromissão, no entanto quem sabe o drama e a chacina do Hamas e o contra ataque de Israel esteja escondendo a luta que vem de alguns anos pelas reservas de gás que estão no subsolo de Gaza.
E que ao parecer Egito e Israel já haviam discutido e aventado a possibilidade da evacuação de Gaza, para uma exploração conjunta desses reservas. É só um dado mais.
Até o momento essa possibilidade não está na mesa. E não me parece que poderá estar um dia. De qualquer forma, já existe negociação para que Gaza venha a ser administrada pela Autoridade Palestina.
Revista Crusoé
@RevistaCrusoe
Autoridade Palestina impõe condições para assumir Gaza:
https://x.com/RevistaCrusoe/status/1719341282386923975?s=20
Divirjo do autor em vários pontos, mas vamos colocar apenas um em pauta: quem atacou primeiro foi sim o Hamas. Entretanto, por qual motivo?
Israel cerca os palestinos por 17 anos, onde eles perderam o direito de ir e vir, tiveram a energia elétrica reduzida a apenas 6 horas por dia, entre diversas outras sanções impostas por Israel, que vc já sabe quais são. Foi este o motivo que fez o Hamas invadir Israel.
Vc já assistiu o filme BANANAS, de Wood Allen, em que uma republiqueta dos EUA decidem atacar os EUA, com pause pedras? É o Hamas invadindo Israel.
Você tem uma visão romântica do Hamas e dos seu similares. Leia o Estatuto do Hamas. Selecionei alguns trechos no artigo abaixo e deixei lá o link para a versão integral.
Quando Israel se retirou unilateralmente de Gaza deixou intacta toda infraestrutura que havia levado para lá. O Hamas a destruiu. O Hamas destruiu redes de abastecimento de água para fazer mísseis e fez um vídeo de propaganda sobre isso.
Hamas negocia soltar mulheres e crianças sequestradas sob mediação do Catar, mas Israel nega.
Grupo terrorista estaria disposto a trocar número não confirmado de reféns por 36 mulheres e jovens presos em cadeias israelenses. Israel não quer acabar com a guerra. Só vai parar quando conseguir seu objetivo de sempre, tomar a Palestina.
o Hamas não negocia. O Hamas apenas ganha tempo para se reorganizar e se fortalecer. Seria exatamente este o resultado de Israel aceitar os termos do Hamas.
Quanto à ocupação da Faixa de Gaza, já existe uma negociação para que a Autoridade Palestina assuma o controle sobre Gaza, mas para isso a Autoridade Palestina está exigindo que se resolva as questões entre Israel e palestinos na Cisjordânia, o que é bastante justo.
Revista Crusoé
@RevistaCrusoe
Autoridade Palestina impõe condições para assumir Gaza:
https://x.com/RevistaCrusoe/status/1719341282386923975?s=20
Não seria mais fácil para Israel manter os 9000 colonos israelenses que invadiram Gaza, ao invés de retirá-los a força pelo domínio das terras palestinas?
Se quiserem paz, não.
Sobre Israel deixar Gaza aos palestinos, aonde o Hamas venceu uma eleição e depois se eliminou toda a oposição palestina, tornando em uma teocrática fundamentalista islâmica, controlado pelo Hamas sobre o território e dos palestinos em Gaza, essa liberdade concedida por Israel, diferente da Cisjordânia, aonde forças israelenses estam lá para garantir não só a vida de israelenses, mas também um controle sobre os palestinos naquele território, não foi o que faltou em Gaza, para evitar esse fatídico dia 7/11 pelo Hamas?
Acabar com o Hamas em Gaza, não irá acabar com a ideia do extermínio de Israel na cultura Palestina.
Então um controle sobre os palestinos ou sobre um Estado Palestino se faz necessário e isso não é nada democrático. O perigo à democracia de Israel é grande. Tomar a Palestina e integrar os palestinos à Israel será o mesmo problema.
O desejo de Israel é que os palestinos virassem problema do Egito, o que justamente que os egípcios mais temem, a presença do Hamas em seu território.
Em artigo recente defendi a seguinte proposta:
Considerando que, mantidas as estratégias de ação e reação estabelecidas entre as partes, mesmo que Israel vença a guerra militar contra o Hamas será fatalmente derrotado na guerra de marketing, a única solução real é Israel alterar sua estratégia, já que o Hamas não vai fazê-lo.
Uma solução improvável, mas viável, seria Israel acenar rapidamente com um projeto de paz que atendesse os seguintes pontos:
Primeiro: Reconhecimento imediato do Estado Palestino nos termos do Acordo de Olso, que foi a proposta que esteve mais perto de ser aprovada, ou alguma variação negociada agora.
Segundo: libertação imediata de todos os reféns.
Terceiro: plano urbanístico e de desenvolvimento para reconstrução e/ou revitalização da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, com financiamento direto de Israel, desde que os projetos e as obras possam ser acompanhados por Israel para garantir que tenham caráter pacífico e se concentrem em garantir infraestrutura de saneamento, abastecimento de água e emergia, educação e saúde para a população.
Quarto: Campanha de contenção de extremistas, tanto Israelenses como Palestinos.
É um delírio? Talvez. Mas destruiria a estratégia do Hamas (e demais grupos Jihadistas), colocaria fim às muitas acusações contra Israel, do Apartheid ao genocídio, iniciaria a construção de uma relação colaborativa e respeitosa com os palestinos e, provavelmente, custaria muito menos do que os gastos militares atuais.
É improvável, mas não impossível. E se certa maneira está alinhada com a recente declaração da Autoridade Palestina sobre a possibilidade de assumir o controle da Faixa de Gaza após a eliminação do Hamas
Revista Crusoé
@RevistaCrusoe
Autoridade Palestina impõe condições para assumir Gaza:
https://x.com/RevistaCrusoe/status/1719341282386923975?s=20