Em um cenário onde a maioria acredita que todos os políticos são corruptos, o que só fortalece aqueles que de fato o são, é preciso encontrar uma forma de analisar a ética de quem divulga as notícias, de quem constrói a opinião pública.
Tratar um assunto com os mesmos valores e rigor, independente do nome ou da ideologia do político, revela princípios, revela a ética do verdadeiro jornalismo ou do autor da análise.
Tratar de forma diferente um assunto em função do nome ou da ideologia do político, por outro lado, revela falta de ética e manipulação da opinião pública.
Se você não quer ser vítima de manipulação, tente selecionar os veículos, jornalistas e analistas que atuam no primeiro grupo e abandone os que se encaixam no segundo.
Temos dois episódios envolvendo quatro presidentes que permitem facilmente separar o joio do trigo: os impeachments de Collor e Dilma e as amantes de FHC e Lula.
OS IMPEACHMENTS
Aqueles que condenaram os dois impeachments ou concordaram com ambos, pertencem ao primeiro grupo. Há coerência e princípios em suas opiniões.
Quem aplaudiu o impeachment de Collor e chama de “golpe” o de Dilma pertence ao segundo, o dos manipuladores. Neste balaio também entram os professores que criaram a “disciplina sobre o golpe de 2016” em Universidades brasileiras – um proselitismo grosseiro.
Por que posso afirmar isto?
Simples: o impeachment é legal quando há base concreta para o oferecimento da denúncia e segue-se os trâmites constitucionais. Foi o que aconteceu nos dois casos. Logo, ambos devem ser tratados da mesma maneira.
Para quem insiste na ladainha de que todos os governos recorreram às pedaladas fiscais e apenas Dilma foi condenada, a diferença entre as pedaladas legais e as ilegais está bem explicada por Júlio Marcelo de Oliveira, procurador do TCU, neste vídeo. É verdade que os técnicos que analisaram todo o processo a pedido da comissão do impeachment no congresso conseguiram a mágica de separar a centralizadora Dilma Rousseff das ilegais pedaladas fiscais de seu governo, dizendo que não tiveram a participação da presidente afastada. No entanto, os mesmos técnicos não tiveram como negar que os igualmente ilegais decretos suplementares, que também faziam parte da denúncia, foram resultado de ação direta de Dilma Rousseff. Ou seja: houve sim base concreta para o oferecimento da denúncia.
Além disso, é fundamental lembrar que o impeachment é um processo eminentemente político e não judicial. No caso Collor, o STF o absolveu com base nos mesmos fatos que levaram a seu impeachment – e ninguém achou injusto ou quis reconduzi-lo à presidência.
AS AMANTES DE FHC E LULA.
Há algum tempo a imprensa revelou que FHC tinha uma amante. Fez o mesmo com Lula.
Até ai, tudo certo.
Ocorre que, no primeiro caso, investigaram e descobriram que a amante de FHC era uma jornalista e ele havia repassado U$ 100.000,00 a uma empresa chamada Brasif para que pagasse à ex-jornalista e ex-amante que vivia na Europa um salário de U$ 3.000,00.
Ou seja, o assunto foi vasculhado e o máximo que conseguiram foi dizer que FHC repassou dinheiro dele à Brasif, que por sua vez usou uma offshore nas Ilhas Cayman para transferir mensalmente o dinheiro à jornalista.
Alguns veículos se limitaram a estas informações. Outros criaram teorias da conspiração e insinuaram redes de corrupção para atingir FHC.
De concreto tinham apenas o fato dele ter uma amante e de pagar a ela uma pensão de forma discreta.
Pode não ser elogiável, mas não é nenhuma falcatrua.
Agora compare com a cobertura que teve a amante de Lula.
Quem se ateve aos fatos no primeiro episódio também se ateve aos fatos no segundo.
Quem inventou narrativas no caso de FHC, praticamente silenciou ou justificou o tráfico de influência de Lula para beneficiar sua amante e sobre o fato dela ter sido pega pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro, que desbaratou uma quadrilha especializada na comercialização de pareceres fraudulentos emitidos por agências reguladoras.
Diante dos fatos, responda: qual teria sido o barulho desta gente se FHC, ao invés de usar o próprio dinheiro, tivesse agido como Lula e dado à amante um belo e bem remunerado cargo no governo, cartão corporativo e várias mordomias pagas com dinheiro público? Que ilações fariam sobre a venda dos pareceres fraudulentos?
O fato é que FHC ajudou sua amante com o dinheiro dele. Lula com o meu, o seu, o nosso dinheiro, e teve a amante investigada por fraudes ligadas ao governo federal.
Diante da natureza dos dois casos, pesquise nos tradicionais bonecos de ventríloquo do PT, como Carta Capital, Carta Maior, DCM, Brasil 247, Revista Forum e semelhantes, além de ex-jornalistas em atividade como Jânio de Freitas e Luis Nassif, como cobriram cada episódio.
Não será difícil observar que não são movidos por ética ou princípios, mas por conveniência.
CONCLUSÃO
Não há como fugir da política. O silêncio é tão político quanto os gritos de protesto. O voto nulo é tão político quanto o voto no candidato que receber mais votos.
Também não há como fugir dos políticos. É possível lutar por transparência e critérios melhores para definir quem pode ser candidato em uma eleição, como foi o caso da Lei da Ficha Limpa, mas teremos que escolher algum.
Mudar a política demanda tempo e começa por mudarmos os políticos, claro, mas para escolher bem dependemos de informação de qualidade, que contribua para a formação de uma consciência crítica no cidadão e na sociedade.
Voltamos aqui ao ponto central deste artigo: é preciso encontrar uma forma de analisar a ética de quem divulga as notícias, de quem influencia a opinião pública.
Um bom começo é pesquisar os episódios acima.
Se encontrar duplo critério ou manipulação neste blog, abandone-o.
Se encontrar duplo critério e manipulações onde eu disse que elas estão, abandone aqueles veículos e aqueles jornalistas.
Quem falsifica a realidade deprecia a democracia e não merece ser levado a sério.
Artigo de Paulo Falcão.
O Pondé também concorda: quem fala em “Golpe de 2016” é, basicamente, um picareta:
Dá uma olhada no que o Pondé publicou hoje na folha. Acho que ele concorda com você.
O PT é uma praga mesmo. Ele quer fazer do Brasil um circo, já que perdeu a chance de fazer dele seu quintal para pobres coitados ansiosos por suas migalhas. Nascido das bases como o partido de esquerda que dominou o cenário ideológico pós-ditadura, provando que a inteligência americana estava certa quando suspeitava de um processo de hegemonia soviética ou cubana nos quadros intelectuais do país nos anos 1960 e 1970, comportou-se, uma vez no poder, como todo o resto canalha da política fisiológica brasileira.
Vale lembrar que a ditadura no Brasil foi a Guerra Fria no Brasil. Quando acabou a Guerra Fria, acabou a ditadura aqui. E, de lá pra cá, os EUA não têm nenhum grande interesse geopolítico no Brasil nem na América Latina como um todo (salvo imigração ilegal). Por isso, deixa ditadores como Chávez e Maduro torturarem suas populações, inclusive sob as bênçãos da diplomacia petista de então.
O PT apenas acrescentou à corrupção endêmica certo tons de populismo mesclado com a vergonha de ter um exército de intelectuais orgânicos acobertando a baixaria. Esses fiéis intelectuais, sem qualquer pudor, prestam um enorme desserviço ao país negando a óbvia relação entre as lideranças do partido e processos ilegítimos de tráfico de influência. Esse exército vergonhoso continua controlando as escolas em que seus filhos estudam, contando a história como querem, criando cursos ridículos do tipo “golpe de 2016”.
Qualquer um que conheça minimamente os “movimento revolucionários” do século 19 europeu, e que também conheça o pensamento do próprio Karl Marx (1818-1883), sabe que mentir, inventar fatos que não existem ou contá-los como bem entender fazia parte de qualquer cartilha revolucionária.
Acompanhei de fora do Brasil o “circo do Lula” montado pelo PT e por alguns sacerdotes religiosos orgânicos,na falsa missa. Esses sacerdotes orgânicos do PT envergonharam a população religiosa brasileira, fazendo Deus parecer um idiota. Estando fora do país, pude ver a vergonhosa cobertura que muitos veículos internacionais deram do circo do Lula, fazendo ele parecer um Messias traído por um país cheio de Judas.
Eis um dos piores papéis que jornalistas orgânicos fazem: mentem sobre um fato, difamando um país inteiro. Esculhambam as instituições como se fôssemos uma “república fascista das bananas”. Nossa mídia é muito superior àquela dita do “primeiro mundo”.
A intenção de fazer do Lula um Jesus, um Mandela, um Santo Padim Pade Ciço é evidente. Para isso, a falsa missa, com sacerdotes orgânicos rezando para um deus que pensa que somos todos nós cegos, surdos, estúpidos e incapazes de enxergar a palhaçada armada pelo PT foi instrumento essencial para o circo montado.
A própria afirmação de que Lula não seria mais um mero humano, mas uma ideia, é prova do delírio de uma seita desesperada. Um desinformado pensaria estar diante de um Concílio de Niceia (325) perdido no ABC paulista. Se nesses concílios tentava-se decidir a natureza divina e humana de Jesus, cá no ABC tentava-se criar a natureza divina de Lula. Lula, humano e divino, o redentor. Essa tentativa, sim, é típica de uma república das bananas.
Penso que em 2018 o país tem a chance de mostrar de uma vez por todas que não vai compactuar com políticos que querem fazer do Brasil um circo para suas “igrejas”. A praga em que se constituiu o PT pode ser jogada na lata de lixo da história neste ano.
Ninguém aqui é ingênuo de pensar que apenas o PT praticou formas distintas e caras de tráfico de influência. Todas elas são danosas e devem ser recusadas em bloco nas eleições deste ano. Mas há um detalhe muito importante no que se refere ao PT como um tipo específico de agente único de tráfico de influência sistemático no Brasil. Você não sabe qual é? Vou te dizer.
O PT é o único partido que é objeto de investigação por corrupção a contar com um exército de intelectuais, artistas, professores, diretores de audiovisual, jornalistas, sacerdotes religiosos, instituições internacionais, apoiando-o na sua cruzada de continuar nos fazendo escravos de seus esquemas de corrupção. Esse exército nega frontalmente a corrupção praticada pelo PT e destruirá toda forma de resistência a ele caso venha, de novo, a tomar o poder.
No ano de 2018 o país pode, de uma vez por todas, lançar o PT à lata de lixo da história e amadurecer politicamente, à esquerda e à direita. (L.F.Pondé)
Obrigado pela contribuição.
Aqui explica um pouco de como as universidades foram transformadas em puxadinhos ideológicos dos partidos de esquerda:
Cursos sobre “golpe” escancaram como a esquerda inventa consensos acadêmicos no Brasil
https://goo.gl/Ah6z5N
Quem quiser entender um pouco da construção da hegemonia grasmcista no Brasil pode entender melhor aqui:
‘A corrupção da inteligência’ critica o papel dos intelectuais no Brasil
https://goo.gl/fpH4tZ
Boa contribuição.
Caro Paulo, aceitei seu convite para ler o texto de sua autoria, mas ele é bem fraco em termos analíticos. Há algumas inconsistências que lhes tira toda a argumentação. Veja só:
1) Vc escreve: “Aqueles que condenaram os dois impeachments ou concordaram com ambos, pertencem ao primeiro grupo. Há coerência e princípios em suas opiniões. Quem aplaudiu o impeachment de Collor e chama de ‘golpe’ o de Dilma pertence ao segundo, o dos manipuladores.”, quer dizer, você começa com uma taxativa afirmação baseada em nenhum dado concreto, apenas o seu desejo que assim seja. Tenta ainda justificar seu desejo com um vídeo em que Júlio Marcelo de Oliveira, procurador do TCU defende o impedimento da Dilma (e não, não sou petista), mas ele sequer foi considerado apto para testemunhar no julgamento dela, passando da condição de testemunha para a de informante, o que lhe tiraria a obrigatoriedade de falar somente a verdade. Ele, ao que parece, foi um dos apoiadores e mobilizadores de atos contra a ex-presidente, enfim, totalmente parcial. Mas não mostra que a perícia do senado concluiu que não houve crime de responsabilidade.
2) Você afirma: “Além disso, o impeachment é um processo eminentemente político e não judicial”, não, ele não é um processo político. Se fosse para ser, teríamos um governo parlamentarista, e não presidencialista. Não existe a figura jurídica de interrupção de um governo por conta da desconfiança da população ou do congresso. Até gostaria que fosse assim, mas não é.
3) “Agora compare com a cobertura que teve a amante de Lula. Quem se ateve aos fatos no primeiro episódio também se ateve aos fatos no segundo.”… heim?! Você alude a um fato e sequer vai explica-lo pros seus leitores simplesmente dizendo que quem conhece um DEVE conhecer o outro??? Isso é absurdo, mas se fosse normal, e se a pessoa não conhece nenhum dos dois?
4) “Diante dos fatos, responda: qual teria sido o barulho desta gente se FHC, ao invés de usar o próprio dinheiro, tivesse agido como Lula e dado à amante um belo e bem remunerado cargo no governo, cartão corporativo e várias mordomias pagas com dinheiro público?”, rapaz, vc faz afirmação sobre o que não ocorreu! Isso é um texto de opinião ou fofoca?? Não se faz afirmação política sobre o não ocorrido…
5) Por fim, escreveu: “Se encontrar duplo critério ou manipulação neste blog, abandone-o.” diga isso não, porque não vai te sobrar nenhum leitor ou leitora inteligente…
Abraços!!
Vou responder em tópicos, para ser mais objetivo.
Ponto 1: SOBRE OS CRIMES FISCAIS.
A notícia abaixo esclarece que os fatos apoiam meu artigo e contrariam sua defesa. Os decretos suplementares também fizeram parte do processo e confirmaram o crime de responsabilidade:
“A comissão do impeachment recebeu nesta segunda-feira (27) o resultado da perícia nos documentos do processo. Os técnicos concluíram que as chamadas pedaladas fiscais não tiveram a participação da presidente afastada, mas foram ilegais, e que os decretos suplementares foram resultado de ação direta de Dilma Rousseff.”
https://goo.gl/TGD58I
Ponto 2: O IMPEACHMENT COMO PROCESSO POLÍTICO
Sugiro uma matéria mais técnica, de Jean Keiji Uema para o site Consultor Jurídico, em que se lê, por exemplo:
“Trata-se de um juízo exarado pelo Congresso Nacional sobre a responsabilidade política do presidente da República. Bem por isso o ministro Celso de Mello ressalta que, mesmo comprovada a “culpa jurídica”, ainda assim pode haver um juízo político de absolvição no Congresso.
(…) Assim, surge uma questão central colocada no caso presente: para que seja juridicamente possível do ponto de vista constitucional, o julgamento político feito pelo Congresso deve ser precedido de comprovação da prática e da ocorrência de um ato ilegal que se caracterize como crime de responsabilidade, conforme definido na Constituição (artigo 85) e na Lei (Lei 1.079/50).”
https://goo.gl/vpgzb3
Ponto 3: OS FATOS DA AMANTE DE LULA.
Os fatos estão declinados no próprio texto: cargo público e cartão corporativo, para ficarmos no básico, sem adentrarmos em ilações. Rosemary Nóvoa de Noronha foi nomeada Chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo em 2004, cargo que a beneficiou com inúmeros privilégios. Só perdeu a boquinha quando foi pega em uma investigação da Polícia Federal.
Mais detalhes podem ser lidos aqui:
https://goo.gl/ueGAeY
Ponto 4: A POLÍTICA COMO FOFOCA
Ao comparar a cobertura que fizeram os portais e os articulistas militantes do PT sobre os dois casos, ao observar as conjecturas e fofocas que fizeram sobre FHC e o silêncio cúmplice com Lula, o convite à reflexão é totalmente justificado e uma forma de chamar a atenção para o problema da falta de isenção daqueles profissionais.
Obrigado pela leitura.
A BBC corrobora seu artigo. Veja esta matéria:
Rede de 131 perfis falsos e blog disseminavam fake news e defendiam Dilma em 2010, diz BBC.
https://goo.gl/h7ak3r
Obrigado pela contribuição.