O artigo que João Pereira Coutinho publicou na Folha sobre os 50 anos da morte de Che Guevara é uma espécie de síntese radical de vários debates que podem ser lidos neste blog, mas, ao contrário dele, ainda tenho paciência para debater com quem vê virtude em tiranias, sejam de esquerda ou direita.
Acredito que o debate possa influenciar eventuais leitores e reduzir a renitente capacidade de abdução que esta utopia sangrenta tem sobre jovens e nem tão jovens.
No fim, o marxismo e o socialismo se transformaram no que previu Eça de Queiroz ainda em 1880: uma religião, uma questão de fé que resiste a todas as evidências em contrário.
Fiquem com o artigo.
Introdução de Paulo Falcão.
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CHE GUEVARA É VENERADO PORQUE TEM SANGUE VERDADEIRO PARA MOSTRAR
Por João Pereira Coutinho para a Folha.
Che Guevara morreu há 50 anos e ainda há quem lhe conceda o benefício da dúvida. Na semana passada, recebi um convite para um “debate” sobre Guevara e o seu legado. Pensei que era piada. Ainda perguntei: “Vocês querem saber se ele matou muito ou pouco?”.
Ninguém riu. A ideia era mesmo “debater”. Eu estaria entre os “críticos” (muito obrigado) e, do outro lado da mesa, estariam os apologistas. Recusei.
Aliás, quando o assunto são psicopatas, eu recuso sempre —uma questão de respeito pela minha própria sanidade. Nunca me passaria pela cabeça debater seriamente o Holocausto com um negacionista. Por que motivo o comunismo seria diferente? Escutar alguém a defender a União Soviética é tão grotesco como estar na presença de um neonazi a defender Hitler e o Terceiro Reich.
De igual forma, também nunca me passaria pela cabeça convencer terceiros sobre a monstruosidade do nazismo —ou a do comunismo. Como se ainda houvesse dúvidas.
Não há -e, no caso de Guevara, o próprio deixou amplos testemunhos a comprovar a sua excelência. O culto do ódio; a excitação do cheiro a sangue; a necessidade de um revolucionário ser uma “máquina de matar” -o Che não enganava.
E os fuzilamentos, que ele executou ou mandou executar, são ostentados pelo nosso Ernesto como se fossem medalhas na farda de um general. A criminalidade de Che Guevara não é questão de opinião. Isso seria um insulto ao próprio.
Mas há um ponto que me interessa sobre o Che: a sua sobrevivência como símbolo. Atenção: não falo de adolescentes retardados que desconhecem o verdadeiro Che e ostentam na camiseta o retrato que Alberto Korda lhe tirou. A adolescência é uma fase inimputável que, nos piores casos, pode durar uma vida inteira.
Não. Falo dos intelectuais que, conhecendo Che Guevara e o seu “curriculum vitae”, o canonizam sem hesitar. O que leva pessoas inteligentes a aplaudir um criminoso?
O sociólogo Paul Hollander dá uma ajuda no seu “From Benito Mussolini to Hugo Chávez – Intellectuals and a Century of Political Hero Worship”. O título, apesar de longo, é importante.
Em primeiro lugar, porque Hollander não discrimina entre “direita” ou “esquerda”. O totalitarismo só tem um sentido —a sepultura.
Em segundo lugar, porque não é a natureza dos regimes que interessa ao sociólogo; é a devoção dos intelectuais pelos “heróis” revolucionários do século.
No caso de Che, existem explicações históricas —e psicológicas.
As históricas lidam com a Revolução Cubana de 1959, ou seja, três anos depois de Nikita Khrushchev ter denunciado os crimes do camarada Stálin.
A desilusão foi profunda —e, para a “nova esquerda”, a União Soviética deixava de ser o farol da humanidade. Era apenas mais um estado opressor (como os Estados Unidos, claro) que atraiçoara a beleza do ideal marxista.
A partir da década de 1960, os “peregrinos políticos” (expressão de outro livro famoso de Hollander) passaram a ver o Terceiro Mundo —Cuba, China, Vietnã, Nicarágua— como o paladino virginal da libertação do homem. Fidel Castro e o seu ajudante Che Guevara ocuparam os papéis principais como “bons selvagens”.
Mas existe um motivo suplementar para Che palpitar no peito dos intelectuais, escreve Hollander: o fato de ele não ser um intelectual “defeituoso”.
Uma história ajuda a compreender o adjetivo: em 1960, Sartre visitou Cuba e comoveu-se com as confissões de Fidel. “Nunca suportei a injustiça”, disse o Comandante. Sartre concluiu que Fidel entendeu como ninguém “a inanidade das palavras”.
Tradução: não basta falar contra o imperialismo/capitalismo/colonialismo; é preciso agir. Che Guevara, que Sartre batizou como “o mais completo ser humano do nosso tempo”, simboliza essa totalidade. Alguém que não se fica pelas palavras —e passa aos atos. Che Guevara é venerado porque tem sangue verdadeiro para mostrar.
É um erro afirmar que os “intelectuais revolucionários” que admiram Che Guevara continuam a prestar-lhe homenagem apesar da violência e do crime. Pelo contrário: a violência e o crime estão no centro dessa homenagem.
Che sobrevive porque foi capaz de ser o “anjo exterminador” que todos eles sonharam e não conseguiram.
Você precisa conhecer a figura, não os estereótipos que fizeram dela.
SUGESTÃO DE LEITURA: “Che Guevara – Uma Biografia”, de JOHN LEE ANDERSON, Ed. Objetiva, 921 pgs (não é de esquerda! é um típico “schollar” norte-americano) e “Che Guevara – A Vida Em Vermelho”, de JORGE G CASTANEDA, Cia das Letras, 515 pgs (Intelectual mexicano).
Não sugiro tais leituras pra você mudar seu pensamento sobre ele – APENAS PARA, EM CONTINUAR DIVERGINDO E REJEITANDO A FIGURA, rejeite-o e repudie-o pelo que ele realmente foi e fez, e não falando bobagens sobre ele que já viraram senso comum. CHE GUEVARA NÃO FOI ANJO NEM DEMONIO:FOI UM HOMEM, APENAS. Há os que o idolatram, mas pelos motivos errados (embora uma idolatria seja por si só despicienda), Há os que o denigrem e repudiam, também por motivos errados.
Me parece que o biografo John Lee Anderson concorda comigo:
“Poucos homens estavam imunes ao olhar desconfiado de Che”, conta o biógrafo John Lee Anderson, que completa:
Havia um nítido zelo calvinista na perseguição movida por ele aos que se desviavam do “caminho correto”. Che abraçara fervorosamente la Revolución como corporificação definitiva das lições da História e como o caminho correto para o futuro. Agora, convencido de que estava certo, olhava em volta com os olhos implacáveis de um inquisidor em busca daqueles que poderiam pôr em perigo a sobrevivência da Revolução.
O primeiro cubano morto diretamente por Che Guevara foi Eutimio Guerra, um camponês que servia de guia aos guerrilheiros na Sierra Maestra. Acusado de ser informante das forças armadas, ele teve a pena de morte autorizada por Fidel em fevereiro de 1957.
A identidade do executor de Eutimio ficou em segredo por 40 anos. Só em 1997, depois que o biógrafo John Lee Anderson conseguiu com a viúva de Che o original de seu diário, foi possível saber quem o matou. O guerrilheiro conta que, no momento de sua execução, um forte temporal caiu sobre a serra. Como ninguém se dispunha a cumprir a ordem, ele tomou a iniciativa. Repare na frieza da narrativa:
Era uma situação incômoda para as pessoas e para [Eutimio], de modo que acabei com o problema dando-lhe um tiro com uma pistola calibre 32 no lado direito do crânio, com o orifício de saída no temporal direito. Ele arquejou um pouco e estava morto. Ao tratar de retirar seus pertences, não consegui soltar o relógio, que estava preso ao cinto por uma corrente e então ele [ainda Eutimio] me disse, numa voz firme, destituída de medo: ‘Arranque-a fora, garoto, que diferença faz…’. Assim fiz, e seus bens agora me pertenciam. Dormimos mal, molhados, e eu com um pouco de asma.
No diário de Che, não há sinal de culpa ou de alguma inquietação quanto à execução. Horas depois da morte do camponês, seus interesses já eram outros. “Se Che ficou perturbado com o ato de executar Eutimio, no dia seguinte não havia qualquer sinal disso”, escreve Anderson. “No diário, comentando a chegada à fazenda de uma bonita ativista do 26 de Julho, escreveu: ‘[Ela é uma] grande admiradora do Movimento, e a mim parece que quer foder mais do que qualquer outra coisa’.”
Segundo o Arquivo Cuba, foram pelo menos 22 execuções na Sierra Maestra entre 1957 e 1958. Quase todas as vítimas eram membros do próprio grupo rebelde de Fidel Castro e Che Guevara – três acusados de querer abandonar o grupo, oito considerados suspeitos de colaborar com o exército e os outros 11 mortos por cometer crimes ou por razões desconhecidas.
No dia a dia de paranoias e crises de confiança entre os guerrilheiros da Sierra Maestra, Fidel Castro tinha de segurar a onda de Che Guevara. O argentino com frequência sugeria acabar com companheiros diante da menor desconfiança. Depois que os guerrilheiros ganharam comida na casa de uma família de camponeses e passaram mal, Che disse a Fidel para que voltassem lá para tirar satisfações – Fidel o deteve. A pressa em resolver as coisas à bala recaía até mesmo sobre companheiros antigos, como José Morán, “El Gallego”, um veterano do Granma.
Diante da suspeita de que Morán traía o grupo, Che queria logo executá-lo. “É muito difícil saber a verdade sobre o comportamento do Gallego, mas para mim trata-se simplesmente de uma deserção frustrada”, escreveu em seu diário. “Aconselhei que ele fosse morto ali mesmo, mas Fidel descartou o assunto.” Fidel acabaria se tornando o líder do regime não democrático mais duradouro do século 20. Imagine se Che assumisse esse posto.
Fidel, porém, às vezes se distanciava, deixando Che sozinho com seu pelotão. Em 1958, o argentino liderou a tomada da cidade de Santa Clara, o maior obstáculo entre os guerrilheiros e Havana. De acordo com a organização Arquivo Cuba e dezenas de dissidentes cubanos, a invasão foi seguida por uma onda incontrolável de execuções. Policiais da cidade e moradores acusados de colaborar com o governo de Fulgencio Batista foram mortos na rua. Che ficou dois
dias e meio na cidade e logo seguiu caminho para Havana. Antes de ir embora, ordenou diversas execuções a serem cumpridas por seus subordinados.
Matou ou ordenou a execução de 17 moradores. A decisão de tantas mortes não foi baseada em julgamento nem houve qualquer possibilidade real de defesa.”
A frase, ou melhor, uma sentença : “”Che sobrevive porque foi capaz de ser o “anjo exterminador” que todos eles sonharam e não conseguiram.””, embute talvez uma verdade que seja comum a todos que veneram um “mito”. Que a admiração não seja pelo “conjunto de sua obra”, mas pela essência, por alguma característica fundamental do mesmo não assumida claramente pelos admiradores. Antes de Nikita Krutchev ter revelado ao mundo o genocida que era Stálin, e que provocou um choro descontrolado, e em público de Marighella em um congresso clandestino do PC, ao russo era dedicada admiração total. Jorge Amado em necrológio afirmou que “Stálin foi o melhor ser humano que já passou em nosso planeta”. Marighella chorou, mas continuou comunista radical. Jorge Amado fez revisionismo, esqueceu socialismo e se tornou admirador de outro ditadorzinho regional, o ACM. Talvez também por sua essência, ja que o crápula nosso conterrãneo era apelidado de “Malvadeza”, de forma bem apropriada. Hitler era um monstro, mas Lula conseguiu capturar nele um aspecto que admirou, que foi “a sua tenacidade em realizar tudo aquilo a que se propunha”. Não importou ao “Macunaíma Pernambucano” que a tenacidade fosse em “transformar crianças em sabão”, era persistente, como ele.
A frese que você citou, em minha interpretação, tem um sentido crítico bem definido e não atenua em nada que cultiva admiração por Che.
No mais, você traz um bom recorte da natureza humana e seus conflitos.
MESMO PASSADO MAIS DE MEIO SÉCULO APÓS A SUA MORTE, Ernesto Guevara segue despertando paixões, ódios ou amores , polêmicas, manifestações. Ninguém lhe é indiferente: ou amam ou odeiam, ou aplaudem ou vaiam, ou rejeitam ou aceitam, ou idolatram ou demonizam. Na maioria dos casos, infelizmente, uns e outros o fazem por motivos equivocados, informações falsas, ocorrências lendárias, preconceitos arraigados. Uma figura provocante e provocativa, Mesmo não entrando no mérito de suas ações e ideal, de suas atitudes e pensamento, de seu papel na História – na qual tem amplo espaço – reconheçamos que ele segue sendo sempre atual, motiva-nos e nos induz a refletir, pesquisar, buscar informações, revisar conceitos, reformulando-os ou completando-os ou fortalecendo-os, e suscitando polêmicas, debates, artigos, livros, biografias, ensaios, estudos. E nem só sobre ele próprio, mas também sobre eventos outros de sua época e, mesmo, de nossa época atual e de nossa realidade. Quem tem opinião própria , formulada com fundamentos e conscientemente sobre o Che (e não da caricatura que dele fizeram), qualquer seja ela, tem oportunidade de formular conscientemente opinião sobre si próprio ! Conhecendo o Che, conhecemo-nos melhor a nós próprios – por identidade ou alteridade. Só por isso, já é uma das figuras mais fortes e marcantes da História Ocidental.
Costumo observar que no discurso de quem defende figuras como Che, quando a esquerda está sob a mira de um fuzil, estamos diante de uma violência inaceitável. Quando é ela quem porta o fuzil, estamos diante de uma ação justa, necessária e justificável.
Trata-se do mais puro exemplo de duplo critério, ou seja, de uma ética corrompida. Gosto particularmente da definição de que ético é o que permito ao outro fazer comigo. Ou seja, se não concordo que o outro me mate por discordar de mim, não é ético que eu mate pelo mesmo motivo.
Aqueles que atacam a democracia ocidental, que não passaria de uma delgada película destinada a ocultar a natureza fascista do Estado, são particularmente pródigos no exercício desse duplo critério. Trata-se do pensar que se perde entre o sofismo e o niilismo, que não é um caminho, mas um beco sem saída.
Veja que não há nenhum falacioso duplo critério na questão, como você ardilosamente diz – e não é questão de “discordância” ou “divergência” – estamos falando de revoluções, meu caro, estamos falando de revoluções e não de reformismos. Vá de resistência pacífica, pra você ver. Quem não sabe brincar não desça ao playground. Quem quer fazer a Revolução Democrática tem que se preparar para mandar chumbo e levar chumbo. Não se trata de nenhum nihilismo aqui (e que não cabe!) e nenhum beco sem saída: beco sem saída tiveram os Communards de Paris em 1871 que foram massacrados pelos alemães, traídos pelos próprios franceses da burguesia Se é pra divagar sobre a História, divague, mas não faça tíbias colocações nem use conceitos de (d)efeito vazios de conteúdo. Esses torneios verbais liberais não colam mais..Abraço.
A palavra “revolução” não é água benta. E no caso de revolução socialista, é uma palavra carregada de sentido autocrático que desagua por definição na implementação de uma ditadura.
O duplo critério que você nega salta aos olhos quando diz “Vá de resistência pacífica, pra você ver. Quem não sabe brincar não desça ao playground”. Suas frases foram usadas para defender o assassinato de presos subjugados. Não são mortos em batalhas. Tudo em nome da violência, parteira da história. Curiosamente tais frases poderiam ser ditas por quem defende, por exemplo, o golpe de Pinochet no Chile, que você certamente repudia. Ou seja: duplo critério.
Para mim, que tenho a democracia como valor fundamental, as duas alternativas são inaceitáveis. O sinal ideológico do assassino não serve de atenuante para quem defende a solução pacífica de conflitos e a luta permanente por direitos.
Todos temos um sinal ideológico. A questão é você saber e assumir o seu. A própria Democracia é ideológica.
Sim, é ideológica e defende a liberdade individual, os direitos individuais para protegerem o cidadão do poder do Estado, a liberdade de expressão, a liberdade política de votar e de se articular para disputar o poder, da luta permanente por direitos etc.
Trata-se de um conjunto poderoso de valores que produziu as sociedades mais prósperas e justas da história humana.
Exatamente por este motivo insisto na luta contra ideologias de caráter autocrático e que destroem esta conquista civilizatória.
Isso depende do foco, se o foco estiver no povo, a luta armada para libertar um povo, o personagem vira herói do povo pois é um libertador de uma exploração. Mas se o foco for defender os exploradores do povo e seu exército vencido, o que lutou pelo povo não passa de um guerrilheiro assassino. Um exemplo disso é que ninguém chama os revolucionários da revolução francesa, que de fato implantaram a democracia no ocidente, de guerrilheiros assassinos. É muito raro legitimar guerras civis quando é de outro país, principalmente quando quem venceu não estiver alinhado a sua ideologia. Sou contra toda forma de violência, mas infelizmente é necessário pegar em armas para libertar seu povo de exploração, opressão e ditaduras. Quantos lutaram contra a ditadura de Pinochet, Salazar, Franco, Mussolini e dos generais brasileiros? Aqui no Brasil chamam de assassinos e são demonizados sem nem entender os fatos ocorridos
Uma primeira abordagem de seu comentário poderia ser que você justifica e exemplifica o que afirmei acima: quando a esquerda está sob a mira de um fuzil, estamos diante de uma violência inaceitável. Quando é ela quem porta o fuzil, estamos diante de uma ação justa, necessária e justificável.
Mas podemos ir além. Como a esquerda vê em toda relação capitalista uma relação de exploração a ser superada (pela eliminação física dos exploradores, sempre que possível), a democracia liberal, uma superestrutura que lhe dá suporte, é igualmente inimiga e contra ela a guerra é igualmente justificável. Evidentemente esse parágrafo é uma síntese grosseira, mas retrata o caldo de cultura que justifica o que você escreveu e as teses de quem cultiva a mitologia de Che Guevara.
São ideias superadas pela história e pelos fatos. O capitalismo provou que pode se dar muito bem em ditaduras, seja na China atual ou no Chile de Pinochet.
Como já disse em várias ocasiões, o verdadeiro inimigo do socialismo e demais formas de autocracias é a democracia, a boa e velha democracia liberal. Esta lhes é fatal.
Vivemos um tempo polarizado em que tal fato deveria ser evidente, mas não é. Infelizmente.
Esta é a típica visão “Liberal” – eufemismo usado pela Direita que não quer assumir-se como tal. Liberais são os direitissa que ainda não saíram do armário destro. Ainda está ruminando este assunto? Pare sua cruzada missionária para catequizar os outros para a sua crença ! Meu comentário apontava o foco noutra direção, não quis entrar no mérito da questão ! Mas você, em sua missão catequética, tirou o foco, mudou-o, e começou sua pregação…
Meu foco é a democracia, o seu a quimera. Cada vez mais claro.
A democracia exige conhecimento, quando o povo não tem conhecimento os que tem dinheiro manipulam a democracia, a prova disso é o uso da desinformação para eleger esse extremista liberal que está aí como presidente. Escolas publicas sucateadas por governos de direita e só quem pode pagar escolas que ensinam com qualidade é a elite, ou seja a democracia liberal que você defende é um projeto de Status Quo (base ideológica do pensamento direitista). Então, por favor, não fale de democracia quando for defender essa direita elitista que temos aí.
O socialismo é algo simples de se entender, é a idéia de que todos nos somos iguais, quando um governo que promete ser socialista não trata o ser humano como igual, seja seu povo ou estrangeiros, deixa se seguir o socialismo. Logo a Chia que tem centenas de bilionários está muito longe de ser socialista. O que chega mais próximo de uma nação socialista é Cuba, mas ainda tem um caminho a percorrer.
Sobre esse tema, analiso uma definição de Deleuze sobre o que significa ser de esquerda. Se tiver tempo, leia:
Li. Sabiamente refuta as ideias de Deleuze ao conceituar o que é ser de esquerda (mas não assisti o vídeo). Primeiro peço desculpas mas tenho tido pouco tempo para debates assim tão importantes e quando consigo um tempo estou com a mente cansada. Sim, a democracia representativa é essencial, principalmente numa sociedade de educação tão precária, mas isso precisa ir evoluindo, pois o ser humano é corruptível e não é o melhor para gerenciar o poder estatal, bom seria se a necessidade e vontade do povo chegasse “in natura” ao mover político.
Quanto ao conceito de esquerda, o meu pensamento é que todos devemos viver como iguais e igualmente livres e todas as ideologias que buscam isso estão posicionadas à esquerda (liberdade social, contra fobias, racismos e intolerancias por exemplo), essa é minha base, e meu “think tank” não vem desse socialismo europeu, mas da minha formação cristã e nos seus ensinamentos, todo meu pensamento político inicia-se no livro de Atos dos Apóstolos, a minha primeira ideologia é o Assistencialismo. Querer liberalismo econômico para explorar recursos da sociedade para capitalizar num mundo cuja maioria definha na miséria sem acesso igualitário a esses recursos é muito imoral, pois a raça humana (como a maioria dos mamíferos) vive em comunidade, em mutualismo, logo não existe meritocracia como valor individual. Dependemos uns dos outros e para isso funcionar há a necessidade de direitos e deveres, obrigações e proibições, coisas que infelizmente são impostas pois o indivíduo nega que o vizinho é tão importante quanto seu irmão. Quando toda a sociedade viver “como irmãos”, não precisará mais de um Estado como é hoje. Conceitos utópicos como o próprio Cristo, mas é a orientação política que contempla toda humanidade de forma igual.
Obrigado pela leitura. Quanto às suas colocações, só existem dois sistemas políticos capazes de equacional os pontos que você enumerou: a democracia liberal (ver modelo nórdico) e o anarquismo. Mas apenas a democracia é viável em sociedades complexas.
O que você descreve como “ser de esquerda” é apenas o bom e velho humanismo, do qual deriva a democracia. Mais um detalhe: toda vez que um sistema político coloca a igualdade à frente da liberdade, termina sem nenhum dos dois.
Democracia é quimera ?! Uau !!! Não abro mão do meu ideal democrático por nada deste mundo. Se você acha quimera, isso é com você .
Aí é que está o limite da Lógica Formal, que fundamenta as elucubrações da Direita: você diz textualmente “… Mais um detalhe: toda vez que um sistema político coloca a igualdade à frente da liberdade, termina sem nenhum dos dois.” Que isso , cara ?Nenhuma está adiante ou atrás da outra ! IGUALDADE E LIBERDADE ANDAM JUNTAS, uma não existe sem a outra, e ambas encorpam uma revolução ! A LÓGICA DIALÉTICA CAPTA ESSE MOVIMENTO E NÃO COMETE ESSE DESCALABRO QUE VOCÊ ESCREVE.
Todas as experiências de socialismo real colocaram a igualdade à frente da liberdade e fracassaram tanto em prover igualdade quanto em “permitir” liberdade. A recente repressão em Cuba é um lembrete disso. Mas para você e sua lógica dialética, devemos ombrear o mundo real e o mundo da fantasia e verificar em qual deles há mais justiça social. E em nome desta fantasia, luta-se por ditaduras.
Admito que sei muito pouco sobre Che. Li e não sei se é verdade que ele se tornou comunista por causa de Stalin e que perto de seu corpo, quando tinha sido assassinado, havia junto um livro de Trótski. Foi uma pessoa admirável com toda certeza pelo pouco que eu sei de sua trajetória, e quem o chama de assassino nunca crítica quem o matou. Sinal que é uma falsa crítica essa que ele era assassino.
Paulo Falcão na verdade tem um ódio contra a classe que Che defendia e a oculta em palavras. Ou seja, um ódio indiretamente direcionado a mim, que trabalho na rede Walmart e recebo salário em duas parcelas. Mas a realidade concreta mostra que é possível ter uma visão mais ampliada para além da classe que se faz parte, a exemplo de Lukacs, Engels, Caio Prado Junior, entre outros, como ha trabalhadores de direita. Logo, apenas a ignorância justifica teu ódio a uma classe.
Rafael, espero que leia esta resposta a seu comentário com a mesma atenção que leio suas colocações. Esta observação é importante porque aparentemente você vem criticando um espantalho que sua fantasia criou e não o que escrevo.
Vamos começar por esta afirmação pesada e falsa de que chamo Che Guevara de assassino, mas nunca crítico quem o matou.
Tenho grande preocupação com esta questão e a defesa do Estado de Direito é justamente uma defesa contra o arbítrio discricionário, seja de direita, seja de esquerda.
Em artigo derivado de debates por aqui, publicado em fevereiro de 2017, digo textualmente: “Do outro lado do espectro ideológico temos os defensores de gente como Jair Bolsonaro e seus filhos, que são ainda mais primitivos que o pai. Temos os idiotas que falam em “intervenção militar”. Temos os que cultivam de forma grosseira a intolerância contra toda e qualquer pessoa que lhes pareça “de esquerda” – embora a maioria não consiga definir o que seja esquerda ou direita – e muito menos democracia”.
Em outro, de abril de 2014, digo: “se a esquerda estiver empunhando os fuzis no pelotão de fuzilamento, a ditadura é justa. Se estiver sob a mira dos fuzis, é inaceitável. Para quem tem, como eu, a democracia como valor fundamental, esta postura não é eticamente ou filosoficamente defensável”.
Na área de comentários do presente artigo, em resposta a Eduardo Terra Coelho, digo: “Você abre dizendo: “O que é um assassino? Do ponto de vista de ser aquele ser humano que mata outrem, todo militar, sem exceção, é um assassino em potencial, e parte de fato não apenas em potencial”.
Há que se fazer uma diferenciação importante neste contexto.
Em primeiro lugar as críticas a Che não são pelos mortos em combate, até pela dificuldade em se contabilizar. A crítica se concentra nos fuzilamentos de pessoas subjugadas, presas, cujo crime era tão somente discordar da ideologia de quem o subjugava.
A se justificar tais mortes abre-se as portas do inferno para justificar-se as mortes nos porões de ditaduras de direita como vimos no Brasil, Argentina e Chile, por exemplo. São crimes simétricos, uma espécie de Yin-yang macabro”.
Há muito mais, mas tenho a impressão de que o transcrito acima seja suficiente para demonstrar seu erro de avaliação. Erro que avança em outras searas, ao me acusar de ter ódio contra a classe que Che defendia e, por consequência, a você, assalariado do Walmart (embora sua atuação como professor e militante ocupe muito de seu tempo).
É justamente o oposto o que faço: insisto cotidianamente em tentar demonstrar a você e outros militantes da esquerda que o único cenário em que você e eu podemos existir e defender nossas ideias sem risco de morte é a democracia, o Estado de Direito. É como digo em outro artigo, de março de 2014: “ Isto ocorre porque é da essência da democracia ser plural no que tange a seus atores, mesmo que de forma assimétrica. Até neste período relativamente curto da democracia brasileira, pós ditadura militar, é inegável que houve avanços na conquista de direitos por maiorias e minorias. Isto não quer dizer que está bom. Quer dizer apenas que a democracia, do ponto de vista legal e prático, traz nela o direito de reivindicar, de protestar, de exigir mudanças, de alternância de poder – tudo isto sem ruptura institucional e com a maioria vencedora tendo que respeitar os direitos das minorias derrotadas”.
Ou seja, se minhas ideias triunfarem, você está a salvo. Se as suas triunfarem, vou pro paredão. Se triunfarem as ideias dos radicais da extrema-direita, você e eu poderemos ter problemas, mas os seus serão certamente mais sérios.
Este ponto, por si só, deveria ser suficiente para que compreenda o valor da democracia e do Estado de Direito.
No fim, onde você acusa omissão, demonstro crítica. Onde vê ódio, demonstro amor. Onde acusa ignorância, apresento evidências de que precisa compreender melhor o que lê.
Defensores do capitalismo nascidos no Brasil. Alguns de vocês ao menos passaram próximo a uma escola ou se educaram pela Globo? Só rindo. Pobre de ti patropi.
Barrozo, a ignorância não é uma bênção. Tem cura, mas exige esforço. O chamado Liberalismo Econômico e as democracias liberais são os promotores dos maiores avanços da história humana em termos de qualidade de vida, longevidade, liberdade individual, direitos civis, liberdade religiosa, liberdade sexual e direitos de minorias. São também, curiosamente, o mais atacado sistema econômico e político do século XX e XXI.
Não importa aos críticos que tais sociedades tenham evoluído de forma magistral neste período. Não importa que continue evoluindo.
O mais curioso é que não importe também que todos os projetos político-econômicos formulados como alternativa ao livre mercado e às democracias terminaram em desastres humanitários, genocídios e barbárie em nome do bem, como demonstra o livro TEMPOS MODERNOS: O MUNDO DOS ANOS 20 AOS 80 de Paul Johnson.
Sou economista, já faz 20 anos. Com o que se aprende nos primeiros seis meses na faculdade já dá pra rebater esse texto de venda de livros de auto ajuda. Vou te dizer, apresente esse discurso aos 1 bilhão de miseráveis, segundo a ONU. Não tenho mais disposição para debater com pessoas sem formação acadêmica adequada, sinto muito. Não entendo de Medicina, nem de cosmologia, nem de futebol e pra ser sincero de quase nada. Mas economia é minha área e te afirmo: haverão guerras civis, não atômicas entre países, mas entre povos e seus governantes nos próximos 100 anos devido ao sistema excludente, monetarista e amplificador de desigualdades.
Leia “O Capital”, sem isso não dá sequer pra abrir a boca depois pra virmos ao debate brasileiro te indico vivamente Celso Furtado. E pra finalizar um bem atual e fácil de ser lido por leigos, “23 coisas que não nos contaram sobre o capitalismo” do sul-coreano Ha-John Chang.
E entenda o capitalismo hoje tem como principal objetivo controlar os governos, os governos modernos são seus servos e empregados, pagos para controlar a plebe ignara, assim que isso não for mais possível teremos problemas. O futuro dirá.
Caro economista, você não está sozinho neste erro persistente de avaliação que produz desventuras em série. Felizmente, para mim, a realidade desmente categoricamente seus delírios. Já li “O Capital” e logo de cara reparei em suas inconsistências, embora não conseguisse explicá-las na época. Escrevi sobre isto aqui: MARX, A MAIS-VALIA E O PESO DOS OBJETOS TRANSPARENTES.
Sobre desigualdade, a questão é semelhante: é perfeitamente possível ter um enriquecimento da base da pirâmide social ao mesmo tempo em que a desigualdade aumenta. É fundamental entender que, embora devamos trabalhar para reduzí-la, ela não é um mal em si. Aliás, o estudo de Thomas Piketty demonstrando que nos governos Lula1 e 2 não houve redução da desigualdade no Brasil é um ótimo exemplo disso, já que é inegável que houve um aumento da renda das camadas mais pobres. Margaret Thatcher, em seu famoso debate na câmara dos comuns já advertia que a fixação da esquerda na desigualdade a leva a preferir que todos fiquem mais pobres se a desigualdade diminuir, do que ver todos ficarem mais ricos se a desigualdade aumentar.
GOVERNAR PROS RICOS É FACIL EM MEU CAMARADA, PARECE QUE TUDO É LOUVAVEL E BRILHANTE, AGORA GOVERNAR PRA POBRE, OU SEJA O POVO TRABALHADOR QUE PRODUZ PARA OS QUE NADA PRODUZEM, BEM COLOCADO POR MARX, AI É DIFICIL SER ACEITO PELA ELITE BRANCA IMPERIAL, POIS AJUDAR POBRE É PRA QUEM TEM CORAÇÃO E NOBREZA DE CAVALHEIRO NOS SEUS ATOS. NÃO PARA UMA DADA CLASSE ESPURIA QUE COM SUA SINICA ARROGANCIA PENSA QUE MANDA EM TUDO E TUDO TEM QUE SER DE SEU JEITO , POIS SE NÃO É ELES MATAM, DÃO GOLPE E INSTALAM DITADURAS ESSE É MEU PONTO DE VISTA COMO UM POBRE ESTUDANTE DE SOCIOLOGIA, MAS COM MUITA VONTADE DE SEMIOTIZAR OS EVENTOS SUBJETIVOS QUE NOS INTERAM, TANTO MATERIAL COMO IMATERIAL. ADORO E SOU FÂ DO GUEVARA E DO EX-PRESIDENTE LULA. POIS EM 500 ANOS NUNCA HOUVERA TANTO SOCIALISMO E JUSTIÇA SOCIAL NESSE PAÍS DE CORONEL QUE AFIRMO DIZER QUE É IMPERIAL E RACISTA INFELISMENTE. OBRIGADO RESPEITO TEU PONTO DE VISTA MAS POR-FAVOR RESPEITO O MEU, E ASSIM O DISCURSO E A CIENCIA GANHA FORÇA.
Marion, você pode gostar ou não do artigo, pode ser fã de Che Guevara e do Lula, mas não é aceitável substituir a realidade por uma narrativa vitimista e militante.
Como lembro em diversos artigos, o chamado Liberalismo Econômico e as democracias liberais são os promotores dos maiores avanços da história humana em termos de qualidade de vida, longevidade, liberdade individual, direitos civis, liberdade religiosa, liberdade sexual e direitos de minorias. São também, curiosamente, o mais atacado sistema econômico e político do século XX e XXI.
Não importa aos críticos que tais sociedades tenham evoluído de forma magistral neste período. Não importa que continue evoluindo.
O mais curioso é que não importe também que todos os projetos político-econômicos formulados como alternativa ao livre mercado e às democracias terminaram em desastres humanitários, genocídios e barbárie em nome do bem.
Discordo do posto aqui . O que é um assassino ? Do ponto de vista de ser aquele ser humano que mata outrem , todo militar , sem exceção , é um assassino em potencial , e parte de fato não apenas em potencial .
Não sei quantas pessoas Che matou ou deu ordens para que matassem .
Vivenciou três anos e meio de guerra civil em Cuba como combatente , outros tantos no Congo e Bolívia.
Poderia ter levado uma vida tranquila e burguesa na Argentina , mas nós seres humanos não nos encaixamos tão facilmente em rótulos .
Quanto ao que pensava Eça de Queiroz e mesmo Machado de Assis , em finais do século XIX, faltava-lhes a clareza dos fatos , provincianos que eram , em relação ao mundo operário , posto que ambas nações mal possuíam indústrias e foi nestas ditas nações que o socialismo aflorou: Inglaterra , França, Alemanha , apesar da surpresa de a maior Revolução ter ocorrido na Rússia . Aí sim, fico com a previsão de Alexis de Tocqueville de crer que em dado momento os Estados Unidos da América e a Rússia entrarem em choque, isto mais de um século antes do ocorrido.
Voltando a Che , virou mito , mas mito com conteúdo , não mito como Bolsonaro .
Apesar da entrada de Benito Mussolini e Adolf Hitler na História, saíram em baixa. Ernesto Guevara teve uma entrada menos luxuosa , mas segue vivo , num certo aspecto quase deificado seja por seus apoiadores ou por seus detratores.
Quando resta apenas lançar a pecha de assassino assim de uma maneira descontextualizada, sem História , fico imaginando cada presidente dos EUA como assassinos potenciais e de fato haja vista estarem sempre em guerra contra alguém .
Assim , quantas pessoas de forma direta ou indireta Che matou? Matou muito menos do que matou Trump que ainda está em seu nono mês de governo.
Em outras palavras , a crítica sempre será necessária , mas este discurso de se desejar criar um psicopata na imagem de Che, esse outro de querer equilibrar as argumentações entre esquerda e direita parecem sempre vir de quem ainda se sente envergonhado em colocar-se como direita , por tudo o que a direita em si de fato representa.
Neste sentido , indo lá onde surgiram estes posicionamentos políticos , o que se deu entre Girondinos e Jacobinos marca ainda hoje todo o espectro político e não há como livrar-se disto no embate intelectual, a não ser empobrecendo-o , limitando-o, omitindo detalhes fundamentais .
Viva Che!
Eduadro, mais uma vez discordamos. E mais uma vez civilizadamente, o que é raro nestes tempos estranhos que vivemos.
Você abre dizendo: “O que é um assassino? Do ponto de vista de ser aquele ser humano que mata outrem, todo militar, sem exceção, é um assassino em potencial, e parte de fato não apenas em potencial”.
Há que se fazer uma diferenciação importante neste contexto.
Em primeiro lugar as críticas a Che não são pelos mortos em combate, até pela dificuldade em se contabilizar. A crítica se concentra nos fuzilamentos de pessoas subjugadas, presas, cujo crime era tão somente discordar da ideologia de quem o subjugava.
A se justificar tais mortes abre-se as portas do inferno para justificar-se as mortes nos porões de ditaduras de direita como vimos no Brasil, Argentina e Chile, por exemplo. São crimes simétricos, uma espécie de Yin-yang macabro.
Quanto a Eça de Queiroz, o artigo disponibiliza o link que o levará às “Cartas de Inglaterra”, artigos que escrevia de Londres para um jornal português. O provinciano Eça de Queiros, na mesma carta-artigo prevê também o nascimento do nazismo, com todas as características que de fato teve.
Che era bonito, simpático, corajoso e cruel. Era um Lampião mais bem-acabado. Um galã sociopata.
Criticar o que deve ser criticado, chamar as coisas pelo nome que têm, não é empobrecer o embate intelectual. Ao contrário: é resgatá-lo das prestidigitações intelectuais que tentam emprestar sentidos nobres a meros crimes de guerra.
E na tua crença, quem são os diabos? Para te auxiliar na resposta, segue algumas evidências:
https://goo.gl/kh3cbw
Rafael, não acredito em diabos, mas não há dúvida de que a intolerância, a ideia de que um modelo só pode existir se exterminar o outro é algo que precisa ser denunciado e combatido, principalmente porque todas as tentativas de implantação destas ideias terminaram em tragédias humanitárias e fracasso econômico. A exceção é a China que continua uma ditadura mas abrandou a miséria a partir da adoção de seu “capitalismo de estado” no final dos anos 1980.
Tens que avisar os teus colegas de classe, eles ficam sempre bravinhos quando a mudança acontece, fazem bloqueios econômicos, ditaduras militares e por aí vai. Olha que interessante:
https://goo.gl/YpPBiV
Não fantasie além da conta. Os problemas enfrentados pelos países totalitários que baniram a iniciativa privada são autóctones. Cuba só não faz negócios com os EUA, por exemplo. Vende e compra de vários países latino americanos e europeus. Na prática não há bloqueio nenhum.
Quem é que resiste a todas evidências em contrário mesmo? As ditaduras de segurança nacional, ao teu ver, também não aconteceram?
Claro que acontecem. Toda vez que alguém atropela o Estado de Direito é preocupante – e, nas democracias, não falta quem denuncie o fato. O que está em discussão é exatamente isto: diante de democracias reais mas imperfeitas a esquerda acena com uma democracia perfeita e imaginária, cujas tentativas de implantação terminaram em ditaduras concretas, reais. Apenas a fé explica a persistência no erro.
Sim, essa parte da fé eu vejo sempre nas tuas postagens, aonde o que difere de teu louvor a iniciativa privada é demonizado, em absoluto.
Seu comentário equivale a acusar alguém de ter fé que a força da gravidade existe. Enquanto defendo um modelo concreto, palpável, que evolui, que acolhe demandas, que horizontaliza cada vez mais a participação popular, você acredita em algo QUE NUNCA EXISTIU. Todas as tentativas conhecidas de colocar as ideias que defende em prática terminaram em fracasso, como demonstra o livro TEMPOS MODERNOS: O MUNDO DOS ANOS 20 AOS 80 de Paul Johnson.
Vamos conversar sobre o Brasil capitalista – esse concreto, administrado pelo governo Temer- e a horizontalização cada vez maior da participação popular. De que modo isso acontece? Me mostre, por exemplo, como limitar os gastos sociais em vinte anos amplia a participação popular? Explique como a reforma da previdência amplia a nossa democracia?
Já expliquei isto algumas vezes: se você é a favor de benefícios sociais como Bolsa Família, aposentadorias melhores, educação e saúde de qualidade para todos etc PRECISA NECESSARIAMENTE ser a favor da Responsabilidade Fiscal. É o equilíbrio das contas públicas, a confiabilidade na capacidade do governo em honrar seus compromissos que, em última análise, assegura a continuidade destes benefícios ao longo do tempo.
O fato que você se recusa a enxergar é que o governo Temer, mesmo sendo tão corrupto quanto o anterior, é menos incompetente e, mesmo sob intenso ataque, reduziu a inflação para menos da metade da herdada do desgoverno Dilma, tirou o país de 2 anos de recessão para um modesto crescimento e começou a reduzir o desemprego monstruoso que também herdou.
Definitivamente os fatos parecem não lhe interessar. Vive uma narrativa bem intencionada mas ficcional e trágica.
A China é uma boa discussão. Se é um fracasso, como chegou a segunda potencia do mundo com um partido comunista dirigindo….?
Lúcio, é um fracasso humanitário, é um fracasso como democracia, é um fracasso como liberdade individual. Já disse várias vezes: ditaduras podem ser eficientes, mas ainda assim não são desejáveis.